terça-feira, 2 de junho de 2015

máfia das próteses e órteses: imagine submeter uma pessoa a uma cirurgia cardíaca sem necessidade. tudo pelo vil metal...

Polícia Federal realizou, na manhã desta terça-feira (2), uma operação  com o objetivo de desarticular uma organização criminosa que desviava verbas do Sistema Único de Saúde (SUS). Sete pessoas já foram detidas, cinco em Montes Claros, uma em Belo Horizonte e uma no Rio de Janeiro.  A ação denominada "Desiderato" acontece em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina.

Estão sendo cumpridos sete mandados de condução coercitiva, oito de prisão temporária, além de 21 mandados de busca e apreensão e 36 de sequestro de bens e valores.

De acordo com a PF,  produtos pagos pelo SUS eram desviados por cardiologistas para fins particulares. Além disto, os médicos beneficiavam empresas fornecedoras de materiais hospitalares e recebiam propina em troca.
Ainda de acordo com a PF, a organização era formada por médicos, servidores do hospital e representantes de empresas de produtos médicos. Eles falsificam documentos para a realização de procedimentos cardiológicos sem necessidade dos pacientes. A investigação apontou que as próteses que não eram utilizadas nas cirurgias 'simuladas' eram desviadas e utilizadas em procedimentos nas clínicas de propriedade dos membros do grupo.
Segundo a polícia, a empresa produtora da prótese pagava ao grupo um valor alto pela compra de equipamentos e os médicos recebiam propinas que variavam de R$ 500 a R$ 1.000 por prótese. O grupo chegava a receber R$  110 mil por mês. Os prejuízos aos cofres públicos podem chegar a R$ 5 milhões apenas em Montes Claros. De acordo com a PF, o esquema era formado principalmente por empresários e médicos.
G1
Conforme as investigações, os cardiologistas embolsavam o dinheiro enviado para a compra de stents ou desviavam as próteses já adquiridas pelos hospitais. Esses médicos também beneficiavam empresas fornecedoras de materiais hospitalares e recebiam propina em troca.

Além de profissionais de saúde, estão envolvidos na máfia das próteses, servidores públicos e representantes da indústria de próteses cardíacas, que viabilizavam cirurgias sem a real necessidade clínica dos pacientes, muitas vezes simulando procedimentos com o objetivo de desviar verbas do SUS. 

COMO FUNCIONA A FRAUDE 
As próteses não utilizadas nos procedimentos simulados eram desviadas e usadas em cirurgias efetuadas nas clínicas de propriedade dos membros da organização criminosa. Os médicos elaboravam dois laudos diferentes para um mesmo paciente: um era encaminhado ao SUS, a fim de justificar o pagamento, e o outro ao paciente. Os doentes não sabiam da fraude no processo. 

A empresa produtora da prótese pagava aos fraudadores grandes somas pela compra do equipamento, que, na maioria da vezes, sequer chegava a ser usada pelos pacientes. Os médicos recebiam das empresas propinas que variavam de R$ 500 a R$ 1.000 por prótese. 

O grupo chegava a receber R$ 110.000 por mês e os valores pagos, somente por uma das empresas investigadas, chegou a R$ 1.429.902,57 em menos de três anos. O grupo criminoso usava uma empresa de fachada para lavar o dinheiro proveniente das atividades ilícitas. A polícia investiga as mortes que ocorreram em virtude de procedimentos similares para saber se os pacientes mortos também teriam sido vítimas da organização criminosa. 

Os médicos, além de receber dinheiro do SUS, costumavam cobrar de pacientes pelos procedimentos executados e pagos pelo SUS. Pelo menos um doente, que morreu, pagou uma quantia de R$ 40.000 para ser atendido pelos médicos integrantes da organização criminosa.

CRIMES 
A operação conta com o apoio do Ministério Público Federal. Os investigados serão indiciados pelos crimes de estelionato contra entidade pública, associação criminosa, falsidade ideológica, uso de documento falso, corrupção passiva, corrupção ativa e organização criminosa.
Estado de Minas

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