sexta-feira, 12 de junho de 2015

o rn e o legado da copa - parte 2

A Arena é multiuso, foi projetada para receber eventos e exploração comercial, situada a seis quilômetros da Via Costeira e da rede hoteleira, deveria se tornar ponto de referência turística. Que eventos significativos já ocorreram?

Um dirigente da Federação de Futebol do RN (2014) acreditava que a Arena seria a redenção do futebol potiguar e o secretário estadual de esportes foi mais longe no delírio:
"A Arena das Dunas é o marco da transformação do futebol do Rio Grande do Norte. Ela traz um legado de consolidar a cidade de Natal como um dos principais polos de entretimento esportivo do Brasil, bem como um cenário propício para grandes eventos internacionais, não só do futebol, mas também shows e outros eventos. Grandes espetáculos vão acontecer com a Arena das Dunas. Ela é o marco de uma história de sacrifício, luta e credibilidade com as coisas que o Rio Grande do Norte merece. Seu povo hospitaleiro tem o feeling para receber grandes eventos"

Depois de um ano o futebol continua exatamente do mesmo tamanho e importância que antes do Arena. A realidade bateu à porta logo no primeiro jogo pós-Copa: América 4 x 2 Bragantino com apenas 12% da capacidade total, com 4.794 testemunhas.

E olha que não deve ter sido por falta de "planejamento", pois, conforme noticiado, os consultores contratados para estruturação do projeto trabalharam bastante. Desafiaram as leis da natureza e da física e trabalharam até 77,2 horas por dia. Com tanta "determinação" a situação não poderia ser outra.

A "obra" do Arena foi gestada no governo Wilma de Faria e colocada de pé no governo de Rosalba Ciarline. Infelizmente, as "madames" se apaixonaram pelo futebol e acreditaram que o "tal legado" e os "estudos técnicos" sobre a viabilidade da empreitada compensariam o "esforço".

Leiam o que disse a governadora Rosalba: "De acordo com estudos técnicos, a movimentação de tributos que teremos durante a Copa com hotéis ocupados, etc., será da ordem de R$ 2 bilhões. Sabe quanto custou o Arena? R$ 420 milhões, sem o Estado ter tirado um único centavo de seus cofres." E compare com o trecho publicado (11-06-2015) pelo Novo Jornal: "Se por um lado o resultado foi positivo, com mais de 180 mil visitantes e uma estimativa de R$ 333,74 milhões injetados na economia potiguar, por outro, o legado deixado foi o de obras inacabadas."

É indispensável que se apresente os tais "estudos técnicos" que estimaram receitas de R$ 2 bilhões...

Um levantamento feito pelo IDEE (Instituto Dinamarquês de Estudos do Esporte), antes da Copa, já indicava o destino do Arena das Dunas: seria um "elefante branco", com a luxuosa companhia dos estádios de Cuiabá, Manaus e Brasília. 

O que restou da "megalomania"? Pagamentos que, ao final, se aproximaram de R$ 1,3 bilhões, com desembolsos de, aproximadamente, R$ 100 milhões nos anos iniciais.

Uma coisa é certa: "Gestaram" e "pariram" o "elefante branco" e agora o rico povo potiguar pagará a conta até a "maioridade" do "bicho". 

O "povo" não é o pai, mas... igual marido traído, pagará a conta.

Bingo! Yes, nós temos um "mamute branco"...

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