A "máquina" da reeleição, dos municípios à União, precisa de muito dinheiro para mantê-la. Quase 100% dos governantes em primeiro mandato fazem o "diabo" para se credenciarem a reeleição. Tudo ficou mais caro: "apoio político", "governabilidade", "voto"...
Alguns reclamam do viés "neoliberal" do governo FHC. Conversa fiada. O "Tucano-mor" nos legou a pior herança que poderia: a reeleição.
Criar as condições e mantê-las, a qualquer custo, para assegurar a reeleição do mandatário de turno se tornou a única diretriz dos diversos governos. O custo disso é incalculável: corrupção em escala astronômica, apetite pantagruélico por verbas públicas, loteamento de governos...
A trajetória recente do Brasil
O país, após duas décadas de ditadura, reconquistou o status de democracia e no curto período de três décadas já atravessou diversas situações críticas.
Começamos a jornada pós-ditadura com a morte de Tancredo Neves. Eleito presidente pelo Colégio Eleitoral não chegou a ser empossado e o vice-presidente, José Sarney assumiu o governo. Foi o maior "catimbó" da história e não poderíamos ter recomeçado de maneira mais cruel.
O governo desastroso do marajá maranhense foi sucedido por... Segurem a ânsia, Fernando Collor. O governo foi tão ruim que conseguiu a proeza, após muito esforço, de se tornar o primeiro presidente a sofrer impeachment no Brasil.
Assumiu o vice, o mineiro Itamar Franco. Parecia que as coisas finalmente iriam engrenar: Plano Real, estabilidade econômica e política...
Foi eleito FHC. O presidente conseguiu reunir uma ampla rede de apoio político e o comichão foi maior do que a razão. O governo mudou a Constituição e aprovou a reeleição. A mudança que passou a permitir a reeleição custou caro, mas nós pagamos a conta sem nos darmos conta do que ocorreu no "mercadão da reeleição".
Quase mandaram o Real para o ralo e a resposta foi um "severo ajuste" e o ambiente político se deteriorou, pari passu, a escassez de verbas públicas. O segundo governo de FHC sucumbiu e o candidato do governo não foi eleito.
Lula ganhou e passou quaro anos "azeitando" sua reeleição. Conseguiu a proeza e "aprendeu" com o erro dos tucanos. O segundo governo de Lula se notabilizou, no aspecto político, por arregimentar e manter "domesticada" forças políticas impressionantes.
A "superestrutura" montada assegurou o apoio de "alhos e bugalhos" e criou situações surreais em diversos estados e regiões. A "oposição" quase foi exterminada em alguns locais. Todas as "forças" brigavam para aderir.
A "máquina" elegeu Dilma. E a presidente passou quatro anos "estrunchando" o erário para conseguir a reeleição.
E o que temos?
O governo da presidente Dilma ainda não completou sete meses e se apresenta sem rumo. Parece uma velha caravela perdida no mar revolto.
O "ajuste" que Lula deveria ter executado não saiu. Lula "aprendeu" com o "erro dos tucanos" e a conta aumentou.
Dilma assumiu uma "conta" já bem alta, mas orientou sua estratégia para viabilizar seu projeto de reeleição.
A "conta" só cresceu e pós-reeleição o "ajuste" se tornou inadiável.
O exaurimento da fonte de recursos para manutenção da "máquina" produzirá, inexoravelmente, a ruptura da atual conformação de forças políticas.
Espero que as Instituições resistam!
Espero que o povo aguente!
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