sábado, 8 de agosto de 2015

Comunidade Quilombola: A dura realidade e o oportunismo


Danças, músicas e culto a tradição africana foram apresentadas neste domingo (14) pela Associação Quilombola Negros Felicianos do Alto, no município de Portalegre que fica no Alto Oeste do Rio Grande do Norte. 

A comunidade será contemplada nos próximos anos com investimento do projeto RN Sustentável do Governo do Estado. 


A comunidade tem cerca de 30 famílias que mantém a tradição e a cultura das comunidades quilombolas através de dança, artesanato e capoeira. Antonia da Conceição Bessa, 62 anos é um exemplo. Ela é neta da fundadora do grupo de dança São Gonçalo e hoje suas filhas e netas continuam com ela na atividade. "Essa dança me lembra a minha mãe e todas as mulheres daqui que lutam para que nossa cultura nunca acabe", destacou. 

O grupo se denomina "multireligioso" e rende homenagens a São Gonçalo, uma espécie de santo para os católicos e preto velho, na cultura africana do candomblé.

E para quem pensa que os descendentes dos quilombolas só pensam na cultura, as primas Maria Vilania, de 69 anos e Maria Marcelina, de 64 anos mostram uma outra realidade. Elas produzem e vendem artesanato na cidade de Portalegre e nas feiras em todo o Alto Oeste. A comunidade também conta com mais de 120 capoeira.

As mulheres jovens também participam da cultura, como o grupo Maneiro Pau que já fez apresentação em todo o Rio Grande do Norte e reforçam o potencial do turismo da serra de Portalegre.



Nominuto.com

NOMINUTO14 de dezembro de 2014
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Em dezembro de 2014 a "Comunidade" tinha cerca de 30 famílias e em apenas oito meses já teria 80 lares.

A Associação Quilombola Negros Felicianos do Alto, Sítio Sobrado tem, nada menos, 120 praticantes de capoeira. É impressionante como esta atividade ganhou adeptos e olha que tal prática é recente. Mesmo considerando a amplitude bem significativa (entre 30, conforme a reportagem acima e 80 famílias, conforme a informação AQUI), tem-se que a capoeira virou mania.

Imaginem uma comunidade, considerando o tamanho mais modesto de 30 famílias, contar com 120 capoeiristas: quatro em cada família ou, média de 1,5, na perspectiva de 80 famílias... Adiante!

Grupo Maneira o Pau, Dança de São Gonçalo, capoeira e o artesanato produzido e vendido nas feiras de todo o Alto Oeste... Bom saber que a riqueza cultural da comunidade tem todo o apoio necessário para as tradições... Adiante!

Sempre considerei que o poder público negligenciou e se aproveitou muito mais do que deu em troca para estas comunidades. Utilizando-as para obtenção de verbas e outras benesses, quase sempre com pouca aderência a realidade das pessoas.

Quer saber?
A Dança do São Gonçalo, manifestação autêntica, só é apresentada para "convencer e emocionar" quando está em jogo a obtenção de algum benefício.

Não existe um trabalho permanente de valorização da cultura e de afirmação da identidade negra. As tradições não estão sendo preservadas e as novas gerações, com acesso a informação e educação, não se prestarão ao papel de só terem "apoio e reconhecimento" quando algo está em jogo.

Reflitam: acaso fosse verdade que as comunidades quilombolas de Portalegre tivessem realmente "apoio e reconhecimento", principalmente do Poder Público, o que explicaria o esvaziamento populacional (êxodo) do Pêga e Engenho Novo (por exemplos)? Faz sentido? quanto mais se "valoriza" mais gente vai embora?

Não é "dando" pouco, porque é melhor do que nada, que me enganarei sobre o real interesse que anima alguns indivíduos na "luta" em prol dos quilombolas portalegrenses.

As "fábulas" criadas, a "mitificação" e o trololó vão até a página dois: "cavar uma verbinha" e produzir uma "notícia prum jornal", depois a dura rotina, restando para os jovens o êxodo em busca de oportunidades de emprego e melhores condições de vida.

Afinal, o que é fácil é a utilização oportunista da comunidade e suas tradições, já a vida...

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