(p.132)
É imune a dúvidas a constatação de que havia, de fato, uma associação/organização criminosa atuando sorrateiramente no seio da contabilidade do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte – IDEMA, notadamente nos anos 2013 e 2014, firmada em laços surgidos em ambiente de trabalho.
Mais um elo entre as operações Candeeiro e Dama de Espadas. O depoimento de alguém do grupo que fez delação premiada sobre pagamentos de imóveis adquiridos pelo diretor do IDEMA:
COLABORADOR - Alguns dos transportes de valores
foram feitos por mim, pegava com o comprador e levava até o vendedor... Algumas unidades que foram
compradas do seu Antônio foi paga (sic) dessa forma, por
minha pessoa... outra pessoa que transportava valores para
ele era a senhora Ana Paula, eventualmente era a secretária
do escritório de advocacia que ele possuía, que ele
trabalhava né, que tinha ali na Jaguarari...
MPRN - É Ana Paula... Macedo Moura?
COLABORADOR - Não sei te dizer o sobrenome dela. Só sei
que é Ana Paula.
MPRN - Era secretária...?
COLABORADOR - Era secretária dele.
MPRN - Do escritório na Jaguarari né?
COLABORADOR - Isso.... Daí então, ele passou algum
período, uns sessenta dias, sem comprar, e o único contato
que eu tinha com ele era referente à administração desses
imóveis. Eu alugava e repassava os valores da locação
pra ele. Sempre em espécie. (p. 207 e p. 208)
O esquema milionário foi descoberto no âmbito do IDEMA
O Ministério Público do Rio Grande do Norte disponibilizou nesta terça-feira (8) arquivo com a peça de busca e apreensão de bens e documentos referentes à operação Candeeiro, desencadeada em 2 de setembro que descobriu esquema milionário no âmbito do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente - IDEMA, entre os anos de 2013 e 2014, através do qual uma refinada associação criminosa instalada na sua Unidade Instrumental de Finanças e Contabilidade, em comunhão de desígnios com o então Diretor Administrativo e com auxílio de terceiros estranhos ao órgão, utilizava-se de ofícios autorizadores de pagamento como forma de desviar recursos em benefício próprio ou de terceiros.
Segundo apurado até o presente momento, os valores desviados dos cofres do IDEMA em favor de tais empresas – com as quais o próprio órgão atualmente não reconhece qualquer espécie de contratação – contabilizam o montante de R$ 19.321.726,13, mais da metade advindos de conta oculta, aberta em março de 2013.
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