terça-feira, 5 de janeiro de 2016

DAMA DE ESPADAS: a análise de thaisa galvão

Depois de assistir por duas vezes no RNTV a reportagem sobre conversas gravadas pelo Ministério Público – parte da reportagem foi repetida no mesmo telejornal – fiquei na dúvida…

Uma gravação, das 1.500 autorizadas pela Justiça na operação Dama de Espadas, é liberada e entregue à imprensa, na intenção de expor quem?

A fala do governador Robinson Faria não diz nada. Ex-presidente da Assembleia, pergunta à então procuradora sobre uma investigação que acabara de tornar-se pública.
Escuta dela que o atual presidente, Ricardo Motta, estaria atuando junto ao Ministério Público – expondo o MP – e os dois terminam a conversa de 9 minutos falando sobre a campanha, onde Robinson disse que seria eleito governador, como foi.

A fala do então presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ricardo Motta, mais uma vez expõe o Ministério Público.

E o procurador do MP, Rinaldo Reis, foi o único que teve duas conversas expostas. O mais exposto de todos.
Foi o mais citado nas 3 conversas exibidas, mesmo não tendo nenhum envolvimento na operação da Promotoria do Patrimônio Público.

Aí fica no ar o questionamento:
Quem liberou o áudio para a afiliada da Globo, o fez oferecendo uma “denúncia” contra o governador – a isca mais fácil – quando na realidade queria expor o trabalho do procurador Rinaldo Reis.
Só não entendeu quem não quis.
Ou quem não teve a intenção de querer.

THAISA GALVÃO
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Para a jornalista Thaisa a fala do então candidato a governador com "Ritinha" não diz nada. Afirma no trecho destacado que a conversa ocorreu num momento em que a investigação já tinha se tornado pública.

Salvo melhor juízo, quando a conversa foi gravada a investigação não era pública. A gravação foi realizada no período eleitoral e caso tivesse sido publicada, certamente, o efeito teria sido devastador para a campanha de Robinson.

Para a jornalista o objetivo de quem repassou a gravação para o G1RN foi atingir o PGJ. Realmente, o que foi publicado exige um posicionamento forte do procurador e dos promotores responsáveis pela investigação, mas grave mesmo são as falas de Rita das Mercês, Robinson e Ricardo Motta.

A exposição negativa que atingiu o PGJ e os promotores se deu pelo que disseram deles.

A exposição negativa de Rita das Mercês, Robinson e Ricardo Motta é por causa de algo bem mais grave.

A conversa de "Ritinha" e Robinson é especialmente grave.

Repito o trecho:
ROBINSON - E... e não pode fazer nada à revelia do chefe, do diretor?
RITA - É, ele disse que ia conversar e tal, que eles têm independência. Mas eu acho que ele tem um pouco de influência.
ROBINSON - Tem, tem. Ele é de lá.
RITA - Ele é de lá. (...) Eu acho que ele tem um pouco de influência.
É Robinson quem pergunta que não se pode fazer nada à revela do chefe (o chefe do MP é o procurador). Rita diz que o procurador iria conversar, mas ressalva que os promotores tinham (têm) independência. Isso foi o que afirmou Rita sobre o procurador.

Depois vem o "achismo" de Rita e a afirmação categórica de Robinson.

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