segunda-feira, 2 de maio de 2016

AIDS E CRACK

Relatório emitido pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids afirma que no Brasil, aproximadamente 5% das pessoas que utilizam crack ou drogas similares estão contaminadas pelo vírus HIV. A proporção é equivalente a cerca de oito vezes a taxa de prevalência do vírus entre a população em geral, conforme apontado por estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) citado no documento.
Denominado Unaids, o relatório indica que devido à ausência de abordagens nos direitos humanos e na saúde dos usuários de drogas injetáveis, o número mundial de infecções por HIV entre esses dependentes não foi reduzido de 2010 a 2014.
Os indicadores levaram a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) a concluir que a comunidade internacional não cumpriu a meta estabelecida pela Assembleia Geral em 2011, que era a de reduzir em 50% até 2015 a transmissão do vírus da Aids entre pessoas que usam drogas injetáveis.
A pesquisa ressalta ainda que o encarceramento de dependentes em virtude do consumo ou posse de drogas para uso pessoal também é um fator determinante para a vulnerabilidade da pessoa ao HIV e à outras doenças infecciosas, como hepatite B, hepatite C e tuberculose. Foi identificado que as abordagens baseadas na criminalização e na execução agressiva do marco regulatório criaram barreiras às tentativas de suavizar as consequências negativas.

Custo de tratamento no Brasil

Segundo o estudo, no Brasil, os custos de tratamento para a hepatite C são inferiores se comparados à países desenvolvidos. Como exemplo, considerando um tratamento de três meses com o medicamento específico da doença, o valor no Brasil gira em torno de U$ 7 mil. Nos Estados Unidos a quantia sobe consideravelmente para U$ 84 mil, bem como no no Reino Unido, para U$ 53 mil.

Em países europeus como França e a Alemanha, os valores foram calculados em torno dos U$ 45 mil. Já na Índia e no Egito as despesas ficam abaixo da constatada no Brasil, atingindo U$ 483 e U$ 900 dólares, respectivamente.

Medidas preventivas

O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids exige dos Estados-membros, como medidas preventivas ao HIV, a garantia de que no mínimo 90% dos mais de 12 milhões de pessoas que injetam drogas tenham acesso a um tratamento combinado para a prevenção do vírus. Isso inclui terapias de substituição de opiáceos, acesso a preservativos e a aconselhamento, diagnóstico e serviços de tratamento para tuberculose e vírus transmitidos pelo sangue, como o próprio HIV e as hepatites B e C.

A Agenda 2030 recém-adotada pela comunidade internacional prevê ainda que, até 2030, a epidemia de HIV seja erradicada. Segundo o relatório Unaids, para atingir essas metas é necessário que os investimentos anuais em países de baixa e média renda cheguem a U$ 1,5 bilhão até 2020.

Clique aqui para ler o relatório completo (em inglês).

CNM

Nenhum comentário:

Postar um comentário