O juiz federal Francisco Eduardo Guimarães homologou a delação do
empresário Fred Queiroz, ligado ao ex-ministro Henrique Alves, que foi preso
na operação Manus, deflagrada no dia 6 de junho. A
informação foi confirmada pela Justiça Federal.
A operação investigou corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro na
construção da Arena das Dunas. O ex-ministro Henrique Eduardo Alves foi preso
na operação Manus e segue detido na Academia de Polícia.
O empresário Fred Queiroz também foi preso em 6 de junho, mas foi solto no dia 23 do mesmo mês após firmar
acordo de colaboração com o Ministério Público Federal.
No dia 20 de junho, o Ministério Público Federal denunciou Henrique Eduardo Alves e Eduardo
Cunha por terem recebido propinas disfarçadas de doações eleitorais,
oficiais e não oficiais. Em troca do suborno, afirma o MPF, eles teriam atuado
para favorecer empreiteiras como OAS e Odebrecht nas obras da Arena das Dunas,
em Natal, uma das sedes da Copa do Mundo de 2014.
Além dos dois peemedebistas, o MPF também denunciou, no mesmo processo,
o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, o ex-dirigente da Odebrecht Fernando Reis,
o empresário Fred Queiroz, aliado político de Henrique Alves, e o publicitário
Arturo Silveira Dias de Arruda Câmara, cunhado do ex-ministro do Turismo.
Os seis foram investigados pela Operação Manus, um desdobramento da Lava
Jato. A denúncia, de 89 páginas, pede que os acusados sejam, ao final da ação,
condenados ao pagamento de R$ 15,5 milhões por danos materiais e morais para
ressarcir os crimes que cometeram.
Arena das Dunas
Um dos casos citados pelo Ministério Público Federal envolve a obra da
Arena das Dunas, construída através de uma parceria público-privada para
receber jogos da Copa do Mundo. Há um ano da Copa de 2014, o Tribunal de Contas
do Estado do Rio Grande do Norte ainda não havia recebido o projeto executivo
do empreendimento. A falta inviabilizava que o TCE/RN procedesse à análise de
possíveis irregularidades, como sobrepreço ou superfaturamento. O impasse
poderia levar à suspensão dos repasses de parcelas do financiamento por parte
do BNDES e à consequente paralisação das obras.
De acordo com o MPF, a OAS pagou propina a Henrique Eduardo Alves, para
que ele agisse junto ao Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte
para evitar que o financiamento da Arena das Dunas fosse suspenso pelo BNDES. O
pedido de "intervenção" teria sido feito por Léo Pinheiro, então
presidente da OAS.
Em troca da intervenção, Alves teria recebido vantagens indevidas da
OAS. O pagamento dessa "troca de favores" a Henrique Eduardo Alves,
como se refere o MPF, era feito através de doações oficiais e não oficiais
(caixa 2). Os repasses
feitos através de doações de campanha, oficiais e supostamente lícitas, eram
absorvidos por Alves por meio de empresas de fachada que simulavam prestação de
serviços durante a campanha, segundo o MPF, e repassavam o valor recebido ao
ex-ministro.
Denúncia
Fred Queiroz é acusado pelos procuradores da República de lavagem de
dinheiro e de integrar organização criminosa. De acordo com os procuradores, os
recursos passaram pelas contas da empresa Pratika Locação de Equipamentos
LTDA., de propriedade de Fred Queiroz.
Os dados dos repasses, conseguidos pela investigação através de medida
cautelar, e que constam na denúncia, somam mais de R$ 388,2 mil. O dinheiro foi rateado entre
prefeitos, vereadores, um ex-deputado estadual e outros aliados.
"Sob pretextos de prestar serviços de 'militância e mobilização de
rua', a empresa recebeu valores que, posteriormente, serviram na realidade para
pagar políticos e pessoas politicamente relacionadas no Rio Grande do Norte, em
troca de apoio ao candidato", diz a denúncia.
O MPF também afirmou que os recursos foram utilizados na compra de
votos. Ao longo da campanha, a Pratika recebeu mais de R$ 9
milhões, dos quais mais de R$ 5 milhões foram sacados em espécie. De acordo com
o procurador Rodrigo Telles, isso dificulta o rastreamento dos recursos.
G1-RN
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Não é necessário ser
um gênio para saber que no RN, desde sempre, campanhas políticas são ‘irrigadas’
com dinheiro farto. As ‘estruturas’ de alguns candidatos eram cantadas em verso
e prosa por aliados de ocasião.
As ‘fotos’ de
lideranças (prefeitos, ex-prefeitos, vereadores e tudo mais que compõe a fauna
da política potiguar) ‘aderindo’ aos candidatos bons de bolso sempre ‘gritavam’
sobre o que estava ocorrendo nas campanhas, mas ao contrário de causar
indignação e repulsa levavam militantes e babões de ofício ao êxtase.
Dinheiro não é
capim, mas alimenta parte da fauna política que apoia quem paga mais. Simples assim.
Também é de
conhecimento de todos que parte substancial do eleitorado potiguar vende voto
como se vende bolo. Anseiam apenas por benefícios diretos e imediatos
(dinheiro, material de construção, carteira de habilitação, etc.) e,
infelizmente, tal contingente ainda é grande o suficiente para definir eleições.
Enquanto for assim
continuaremos a assistir espetáculos deprimentes nas eleições. Fotos de
lideranças de mostruário sendo compradas e passando recibo em fotos 'agarradas' aos candidatos, mercadão do voto e manutenção das mesmas figuras e
seus familiares dominando TUDO no RN, especialmente, chaves de cofres de
recursos públicos.
Ainda piorará muito,
antes de melhorar.
Aguenta RN!
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