segunda-feira, 27 de novembro de 2017

APL DA FRUTICULTURA EM SERRA DE SANTANA: IMPORTÂNCIA DO PROCESSAMENTO

Se a cultura e diversificação de frutas na região é importante, a indústria de processamento é fundamental para consolidar o Arranjo Produtivo Local da Fruticultura da Serra de Santana. 
O beneficiamento das frutas, sobretudo o pedúnculo do caju que há muito tempo foi desperdiçado devido à valorização da castanha, tem papel essencial por fechar o ciclo da cadeia produtiva da fruticultura e escoar a produção. Com compradores, os produtores ficam assegurados que a safra será adquirida e por custo compatível.
Um dos principais desafios será colocar para funcionar todas as seis unidades de beneficiamento instaladas nas comunidades de Serra do Cajueiro, Baixa do Sítio, zona urbana de Tenente Laurentino Cruz, Assentamento José Milanes, Comunidade Baixa Verde e comunidade sítio Chã de Divisão. Três delas estão desativadas.
“As unidades de beneficiamento tem uma função central de escoamento da produção de frutas. São atores locais importantíssimos para a consolidação do APL e para a organização da produção. Inicialmente, a proposta é trabalhar com aquelas que já se encontram ativas, porém, como consequência das ações propostas no Plano de Desenvolvimento, esperamos o fortalecimento de todas as unidades de beneficiamento da região”, garante o gerente da Unidade de Agronegócio do Sebrae-RN, Ângelo Baeta.
Para entender a importância dessa indústria, basta olhar para a atuação da Agroindústria Seridoense, uma unidade de processamento de frutas que funciona nas antigas instalações do Vinho São Braz, já na região divisa das cidades de São Vicente e Tenente Laurentino Cruz. A unidade é responsável por 3,5 mil toneladas de caju – 2 mil toneladas vêm da região da Serra de Santana – que representa 85% de todo o processamento da indústria. Os produtos, entre polpas e sucos, abastecem o mercado nordestino.
“A grande vantagem quando se tem uma agroindústria que absorve a produção local é o preço de compra, que acaba padronizado. Assim, os fruticultores saem das mãos dos atravessadores, que tentam sempre reduzir o preço de compra”, explica um dos proprietários da Agroindústria Seridoense, Francisco Canindé. “Quando a indústria local funciona, qualquer atravessador de fora terá de pagar no mínimo o preço que os produtores já repassam. Isso representa uma maior lucratividade”, completa.
A unidade é fruto de um investimento de R$ 1,2 milhão, aplicados desde 2011, compra praticamente todo o caju obtido pela Cooperativa de Desenvolvimento Rural Sustentável de Produtores de Frutas do RN (Frutcoop). Instalada na comunidade Baixa do Sítio, município de São Vicente, a cooperativa mantém 54 fruticultores cooperados e comercializa castanha e suco integral de caju. O processamento é na unidade.
Além do caju, a Agroindústria Seridoense processa 150 toneladas de polpas. Depois do caju, a unidade também atua com as polpas de cajá, manga, maracujá, graviola, acerola e goiaba. Trabalho que absorve 15 pessoas da comunidade com emprego garantido. Durante a safra do caju, que vai de junho a meados de fevereiro, esse número sobe para 35 com os empregos temporários.
“Nossa sustentabilidade vem justamente de alternar o processamento de outras frutas na entressafra do caju”, revela Francisco Canindé. O suco a granel da Agroindústria Seridoense abastece grandes indústrias de sucos do país, que levam o rótulo Maguari, DaFruta e Palmeron.
AGÊNCIA SEBRAE VIA PORTAL NO AR

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