domingo, 10 de fevereiro de 2019

Diferenças Regionais: um olhar para o Nordeste

PUBLICADO EM 10-02-2019


Diferenças Regionais: um olhar para o Nordeste do Brasil, no período 2002-2014

A primeira experiência de criação de um organismo com caráter especificamente regional foi a Tennessee Valley Authority (TVA), nos Estados Unidos, em 1933. Cuidava basicamente da coordenação de um conjunto de projetos em torno da utilização da água de uma grande barragem em uma região carente dos Estados Unidos. 

Várias iniciativas semelhantes à TVA foram adotadas em diversos países da América Latina, inclusive no Brasil com a constituição da Comissão do Vale do São Francisco, em 1948. Outra experiência no âmbito da política regional foi a criação da Casa per il Mezzogiorno, na Itália, em 1950. O objetivo deste Órgão era o desenvolvimento do sul e a sua convergência ao dinamismo econômico do restante do país, em especial ao norte industrializado. Uma novidade, neste caso, foi a inserção do problema do atraso daquela região num contexto nacional e não apenas regional. 

Esta filosofia também se refletiu no Brasil com a criação da SUDENE, em 1959. Assim como no caso italiano, também os criadores da SUDENE e em especial o seu maior idealizador, Celso Furtado, consideravam que o problema do Nordeste era um problema nacional.

Apesar dos esforços, o Brasil continua sendo uma economia com elevada disparidade regional. Dados de 2014 mostram, por exemplo, que o PIB per capita do Distrito Federal era 6,17 vezes maior que o do Maranhão. No nível municipal, as diferenças são ainda maiores, com pode ser observado na cidade de Presidente Kennedy (ES) que tinha uma renda per capita 264,2 vezes superior à cidade de Mansidão (BA). 

Especialistas em economia regional como Wilson Cano, Clélio Campolina Diniz e Carlos Américo Pacheco identificaram que ao longo dos anos 1990, estava em curso um processo de reconcentração territorial da atividade produtiva, refletido i) na perda de instrumentos de política regional, representada pelo fechamento e posterior recriação das já enfraquecidas instituições Sudam e Sudene; ii) na redução do gasto federal nas regiões; iii) na privatização de empresas estatais e bancos públicos estaduais, tornando mais difícil impedir movimentos naturais do setor privado quanto às decisões de localização dos empreendimentos produtivos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário