Por Carlos Magno Lopes
O Brasil desafia, mais uma vez, os cânones da civilização. Nem Júlio César, nem Charles de Gaulle, a bola da vez é Macunaíma. O Brasil corre o risco de ser o primeiro país errado a dar certo.
A crise econômica mundial, desta vez com epicentro na Zona do Euro, continua intensa. Seus contornos e desdobramentos parecem cada vez mais graves. A novidade é que, pela primeira vez, tem data marcada para seu desfecho: sexta-feira, 9/12/2012. É neste dia que a cúpula da União Europeia irá anunciar para o mundo o último pacote de ajuda aos países insolventes.
Caso as medidas anunciadas sejam consideradas críveis pelos mercados, a expectativa é que os trovões e vendavais da tempestade aos poucos se dissipem. Caso contrário, afundaremos todos. Nem todos, é verdade, serão puxados para o olho do redemoinho, alguns ficarão em seu entorno.
Como em toda crise que se preza, ao seu término será feito um levantamento dos que perderam tudo, dos que perderam muito e dos que escaparam ilesos.
O Brasil, por exemplo, que apresenta várias condições contrárias ao bom funcionamento de uma economia moderna, tais como, baixo índice de escolaridade, péssima educação pública, infraestrutura aos frangalhos, corrupção endêmica, judiciário inoperante, sistema tributário grotesco, além de muitas outras deficiências, deverá emergir da crise econômica, relativamente à maioria das grandes economias, melhor na fotografia do que quando entrou.
Com efeito, antes da crise, o Brasil ostentava o pomposo título de 7ª economia do mundo. Com o déblâcle da Itália, de Júlio César, o Brasil ganha o sexto lugar (ver tabela abaixo). Além do Atlântico, exatos USD 300 bilhões passam a separar o Brasil, de Macunaíma, da França, de Charles de Gaulle. Pode parece muito, mas se alguma agência classificadora de risco rebaixar a dívida francesa de seu pedestal, o famoso AAA, então, em questão de meses esses trezentos bilhões de dólares virarão pó. Logo, o Brasil estará entre os Top Five. A Alemanha, de Willy Brandt, que se cuide!
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