Por Alexandre Jatobá
Quando estamos sofrendo com uma dor de dente, costumamos tomar um analgésico até conseguirmos um horário com o dentista. Enquanto o analgésico estiver agindo, a dor diminui. Mas após algum tempo a dor volta a nos incomodar, e quase sempre com uma intensidade ainda maior. O que isso tem a ver com economia?
Na manhã de hoje, foi anunciada uma ação conjunta dos Bancos Centrais das seis principais economias desenvolvidas do Mundo. São eles: o FED (EUA), o BCE (União Européia) e os BCs do Canadá, Reino Unido, Japão e Suiça. A idéia é aliviar as restrições de crédito aos consumidores e às empresas para aquecer a economia. Em resumo, objetiva-se dar maior liquidez aos Bancos Centrais e estes poderão socorrer o mercado financeiro (injetando dinheiro), caso as restrições de crédito persistam. Esta ação é justamente o analgésico.
E o analgésico produziu o efeito esperado: animou os mercados (altas nas bolsas da Europa, EUA e Brasil), com a ajudinha dos EUA (que divulgaram números positivos do emprego) e da China (que reduziu o depósito compulsório, o que aquecerá a economia do país).
O problema agora é marcar a consulta no dentista. Ou seja, atacar a causa principal da dor e iniciar o tratamento. Esse tratamento deve passar obrigatoriamente pela restruturação dos gastos públicos das economias européias. Várias medidas neste sentido vêm sendo anunciadas mas é importante que os governos resistam às ondas de protesto da população e faça os cortes necessários, para que, ao menos no médio ou longo prazo, as dívidas públicas européias se tornem pagáveis. Do contrário, faltará analgésico e os pacientes ficarão "banguelos".
Datamétrica.
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