domingo, 12 de fevereiro de 2012

Alerta na indústria regional


Por Carlos Magno Lopes

Dados recém-publicados pelo IBGE relatam que o ano de 2011 não trará boas recordações para a indústria nordestina. Com efeito, a indústria regional apresentou desempenho negativo da ordem de 4,7% em comparação com 2010, quando o crescimento foi de 10,5%.
O pior é que sete dos onze setores pesquisados apresentaram resultados negativos, com destaque para o setor têxtil (-24,2%), refino de petróleo e álcool (-8,2%), produtos químicos (-5,6%) e calçados e artigos de couros (-13,3%). Entre os estados, o Ceará (-11,7%), foi o mais afetado, seguido da Bahia (-4,7%). Pernambuco (0,0%) permaneceu estagnado (ver tabela abaixo). Além disso, o recuo da indústria nordestina contrasta com a evolução, ainda que modesta, da indústria nacional (0,3%).


No comparativo dos resultados de 2011 em relação aos de 2010, observa-se que, em 2010, tanto a indústria nacional quanto a regional registraram crescimento significativo, 10,5% e 8,1%, respectivamente, acompanhando o excelente desempenho da economia brasileira no período. No entanto, o diferencial entre o Nordeste e o Brasil também é significativo.

Isso decorre do fato de que quando a economia brasileira cresce a taxas elevadas, regra geral os setores de bens de capital e de bens de consumo duráveis também experimentam forte expansão. Contudo, a participação desses segmentos no produto da indústria nordestina é pequena, razão pela qual a aceleração do crescimento da economia nacional pouco influencia na evolução desses setores.

Por outro lado, o aquecimento da demanda externa tende a estimular o desempenho de regiões que exportam mais que o Nordeste, sobretudo o Sudeste, o Sul e o Centro-Oeste, porquanto o setor externo é inexpressivo na composição do PIB industrial nordestino. Por outro lado, quando ocorre o contrário, ou seja, contração nas vendas externas, a indústria nordestina é menos afetada que a do Brasil como um todo.

O fato é que as perspectivas da indústria nordestina em 2012 continuam incertas e dependerão, em larga expansão, do maior crescimento da economia brasileira, da economia mundial e do câmbio mais favorável.

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