Estudo aponta que as regiões brasileiras vêm equilibrando a participação da renda do trabalho na renda nacional...
A participação do rendimento do trabalho na renda nacional encontra-se em movimento de descentralização, em migração principalmente da Região Sudeste para o Centro-Oeste, o Nordeste e especialmente o Norte.
O Comunicado 134 – Evolucão da parcela do rendimento do trabalho durante a recente estabilidade monetária, apresentado nesta quarta-feira, 8, pelo presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann, na sede da entidade, em Brasília, aponta que a Região Norte apresentou o melhor desempenho no período analisado (1995 a 2009), em relação às demais regiões, pois cresceu 16,1% de 1995 a 2002, e 31,5% de 2002 a 2009.
De 1995 a 2002 houve grande queda da participação: naquele ano, quase metade da renda nacional era a renda do trabalho, 48%, e em 2002, esse percentual era de 42,4%. A partir de 2003, porém, iniciou-se um movimento de recuperação, chegando a 43,4% em 2009. Para o presidente do Instituto, as projeções confirmam que há continuidade do movimento de recuperação da participação total e também da descentralização.
Pochmann chamou atenção para a tendência de redução do grau de desigualdade entre as regiões, dado que a região Sudeste, que detinha 56,7% da participação da renda do trabalho na renda nacional em 1995, em 2009 apresentou participação de 50,8%. O Norte passou de 3,9 para 6 pontos percentuais, o Centro-Oeste, de 7,3 para 9,3 pontos, o Nordeste, de 14,5% para 16,1, e o Sul, de 17,6% para 17,8%.
O estudo reforça informações que são de conhecimento público, quanto à evolução da distribuição da renda no país na primeira década do século 21. “Tratamos da distribuição funcional da renda, não a pessoal, porque agregamos todas as formas de rendimento do trabalho, inclusive os rendimentos de trabalhadores informais e de empregadores”, informou Pochmann. Outras formas de renda, que são em geral rendas de propriedades, lucros e juros, não foram consideradas.
É evidenciado, no Comunicado, o comportamento dos distintos modelos econômicos que o Brasil adotou ao longo da década de 1990 e no começo do século 21. Naquele, o Brasil era uma espécie de trem puxado pelo Sudeste e Sul. O que não acontece agora, pois há maior descentralização.
O que amplia a participação do salário na renda nacional é o consumo, explica Pochmann. Isso possibilita, segundo ele, “enfrentarmos a crise internacional pelo mercado interno”.
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