sexta-feira, 23 de março de 2012

Economia do Nordeste ainda aquecida


Os números preliminares para o resultado do PIB do 4º trimestre divulgado pelos três maiores estados confirmam que a economia nordestina continua aquecida, mesmo que um pouco abaixo das previsões. Enquanto o PIB brasileiro cresceu 2,7% em 2011, o resultado em Pernambuco está estimado em 4,5% e no Ceará em 4,3%. Apenas a Bahia decepcionou, com 2,0%. Analisando-se o resultado para o período 2003 a 2011 utilizando-se os dados de volume do PIB do IBGE e as previsões dos órgãos oficiais dos estados temos o resultado condizente com o discurso que o Nordeste vem crescendo consistentemente mais que o Brasil.


No período em questão a Bahia, que foi o estado que cresceu menos entre os 3 maiores do Nordeste, ainda conseguiu crescer cinco pontos percentuais acima da média nacional, o que é um bom resultado. O Ceará, por sua vez, cresceu nove pontos, superando Pernambuco. Estes são bons resultados, mas o passivo para os anos pós-Real revela que se o ritmo não for mantido durante muito tempo pouco irá se alterar em termos das diferenças regionais. O Nordeste foi apenas à 3ª Região em crescimento para o período 1995 – 2009 do IBGE (último para o qual se tem dados para todo o país), com considerável diferença em crescimento para o Centro-Oeste e o Norte.


Uma vez que o Nordeste é a Região mais pobre, a velocidade de crescimento é vital para reversão do quadro atual e o que os dados mostram é que ela vem sendo adequada somente em anos recentes. A diferença de desempenho entre Pernambuco e Ceará, por sua vez, revela que os maciços investimentos públicos podem não ter o efeito esperado. Com efeito, ser for comparado o desempenho entre 1995 e 2009 entre todos os estados do Nordeste, o ranking é bem diferente do que seria esperado a partir das informações usualmente veiculadas na mídia.


Os resultados mostram que os estados de menor base econômica tiveram melhor resultado a partir dos efeitos de mais crédito e mais renda para os grupos de baixa renda. Os estados maiores se moveram mais devagar, menos com maciças inversões em proporção do PIB. Apenas Alagoas é exceção.

Por: Fernando Dias

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