Inacreditável
o que acaba de acontecer. Jogando um futebol, na média, fraco — com
alguns lances interessantes —, o Chelsea acaba de mandar o Barcelona
para casa: 2 a 2. O pior será a conversa mole que vai se seguir ao
resultado. “O Barcelona já era; o Barcelona está em decadência, o modelo
se esgotou…” E, no entanto, só um time se responsabilizou pelo futebol
propriamente dito: o Barcelona — de resto, com duas bolas na trave.
Aqui
no meu bairro, os gritos da molecada evidenciam que o Barça é hoje uma
paixão mundial — desperte amor ou ódio, tanto faz. Ouvi manifestações
entusiasmadas quando o time espanhol fez os dois gols e quando levou os
dois — nesse caso, é evidente que não se tratava de torcedores do
Chelsea, mas de críticos do Barcelona, gente que, talvez, não lide bem
com a grandeza alheia, sei lá… Por que alguém haveria de ser adversário
do futebol limpo, técnico, que privilegia o talento? Terminado o jogo,
houve até buzinaço…
Perder
ou ganhar é do jogo, é evidente. Quando um time, como o Barcelona, se
torna “a” referência do grande futebol justamente porque joga como joga,
é uma contradição estúpida, cretina, afirmar, então, que sua qualidade
responde por sua derrota. Mas não tem jeito! As análises necessariamente
apontarão a exaustão de um modelo. E isso significa que o futebol -
mundial! - vai andar um pouco para trás.
Assistimos
a algo parecido no Brasil. A derrota da excelente Seleção Brasileira de
1982 fez o futebol brasileiro mergulhar na mediocridade por uns bons
anos. Os medíocres, por óbvio, nunca se impõem por suas qualidades.
Sempre se aproveitam do cochilo dos bons.
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