Friedrich Engels
18 de Maio de 1844
Escrito: na primeira metade de maio de 1844;
Primeira Edição: The
Northern Star, nº 340, de 18 de maio de 1844, com a nota editorial “Do
nosso correspondente”;
Fonte: Marx-Engels Collected Works, volume 3, p. 519.
Tradução: Rafael Duarte Oliveira Venancio, janeiro de 2009.
HTML: Fernando A. S. Araújo, janeiro de 2009.
Direitos de Reprodução: A cópia ou distribuição deste documento é livre e indefinidamente garantida nos termos da GNU Free Documentation License.
Fonte: Marx-Engels Collected Works, volume 3, p. 519.
Tradução: Rafael Duarte Oliveira Venancio, janeiro de 2009.
HTML: Fernando A. S. Araújo, janeiro de 2009.
Direitos de Reprodução: A cópia ou distribuição deste documento é livre e indefinidamente garantida nos termos da GNU Free Documentation License.
Conde Adam Gurowski, que desempenhou um papel ativo na Revolução de 1830,
depois de ter desertado de seu partido, conseguiu a permissão de retornar a seu
país e se tornar famoso de forma muito indesejada graças a algumas publicações(1) nas quais ele aconselha seus
compatriotas a considerar a aniquilação de sua independênvia como um Julgamento
de Deus, o qual eles devem humildemente se submeter e procurar abrigo no trono
do poderoso Czar, cujas mãos receberam os seus destinos por Deus. Ele os contou
que a Polônia não teria tido melhor sorte do que ser dominada pela Rússia; que
era o dever deles abandonar todas as esperanças de independência; e que o
governo czarista era o melhor que poderia ser encontrado no planeta. Ele
esperava, claro, ser premiado por Nicholas, mas o autocrata era muito prudente
para acreditar em um traidor. Ele o usou e o abandonou; ele deu a ele um cargo
de subordinado, do qual Gurowski pediu demissão quando viu que não tinha
esperanças de ser promovido; ele não poderia nem obter os direitos de uma Nação
que, por sua participação na insurreição, foram retirados dele; no final ele
escolheu sair da Polônia novamente e se abrigar na Prússia e ir para Breslau,
onde ele pediu às autoridades para ser tratado como um desertor militar.
Ignorado pelos seus conterrâneos, cuja causa ele desertou, desdenhados por todos
os partidos, abandonados pelo Czar, ele pretende ir para a América, acreditando,
talvez, que sua reputação não irá segui-lo do outro lado do oceano.
A mão-de-ferro com a qual o despotismo russo governa a Polônia é, atualmente,
firme como nunca. Cada coisa é feita para lembrar o desafortunado polonês que
ele é um escravo. Até as placas de sinalização nas estradas devem ter inscrições
em russo e no alfabeto cirílico; nem uma única palavra em polonês é permitida. A
língua polonesa está banida de todos os tribunais. Uma canção alemã, O
menino cigano no Norte, sem conter nenhuma alusão à Rússia ou à Polônia,
mas expressando apenas um forte desejo de voltar para seu país-natal, foi
traduzida para o polonês, mas suprimida pelo censor russo como patriótica, e
assim, canção proibida. Imagino, então, que Nicholas deva querer a imprensa
alemã silenciada, o único canal pelo qual o mundo fica ciente de fatos como
esses. Eu devo, no entanto, não esquecer um fato: seis poloneses, soldados de um
regimento russo na fronteira, desertaram mas foram pegos antes de terem chegado
na Prússia. Eles foram condenados a 500 chibatadas; a punição foi realizada;
seus parentes foram obrigados a assisti-la; apenas três dos seis sobreviveram ao
flagelo.
Notas:
(1) Nota 227 do volume 3 do MECW:
A referência feita é, aparentemente, acerca dos seguintes panfletos de Adam
Gurowski: A verdade sobre a Rússia (1834) e A Civilização e a
Rússia (1840). (retornar ao texto)
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