Pelo menos um escritório de advocacia de Natal está sendo investigado por
participar de fraude bilionária a seguros habitacionais, e lesar o
erário federal.
O movimento, na verdade, é mais amplo e envolve
escritórios de advocacia de todo o Brasil, que ameaçam, conforme
investigação do Ministério Público Federal abrir um rombo estimado em R$
12,7 bilhões nas contas do Tesouro Nacional e vem mobilizando um
batalhão de advogados da Caixa Econômica Federal.
Uma avalanche
de 28 mil ações, ajuizadas por 257 mil pessoas, cobra garantias do
extinto seguro habitacional do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) de
financiamentos concedidos há mais de 30 anos. O prejuízo pode atingir R$
12,7 bilhões, segundo cálculos preliminares.
Esse dinheiro
equivale a duas vezes os recursos que estão na reserva técnica do Fundo
de Compensações de Variações Salariais (FCVS), que é responsável em
ressarcir as seguradoras pelas perdas judiciais. O valor desembolsado
para pagamento das ações já perdidas somam R$ 1,03 bilhão.
O
seguro, que deveria ser utilizado para cobrir casos de morte e invalidez
do mutuário ou danos físicos e climáticos dos imóveis que ainda estão
sendo financiados, acaba sendo liberado até mesmo para pessoas que nunca
tiveram a cobertura. Os advogados vêm conseguindo sentenças milionárias
que superam em muito o valor do próprio imóvel.
Isso acontece,
segundo a Caixa, porque o cálculo de multas diárias é exagerado - muito
desproporcional ao prejuízo alegado - e ao final do processo se
transforma em valores que não condizem com o preço de mercado dos
imóveis.
[como é possível a CEF perder uma ação baseada em cálculos exagerados? as ações correm a revelia? não conseguem fazer um cálculo para demonstração ao juiz? ações julgadas sem critérios não são passíveis de anulação e posterior comunicação ao CNJ?]
Foi justamente a falta de critério nas decisões dos
juízes e o aumento gigantesco do número de ações, nos últimos anos, que
levou o governo a pedir ao Ministério Público Federal, em março, a
abertura de investigação e inquérito.
No pedido, o Tesouro
Nacional argumenta que a via judicial está sendo utilizada sem que o
mutuário solicite primeiro o seguro à seguradora, o que causa estranheza
no governo. É como se uma pessoa batesse o carro e fosse direto à
Justiça, sem acionar a seguradora.
[causa estranheza em qualquer um com mais de dois neurônios...]
Segundo a Caixa e o Tesouro
Nacional, os valores das indenizações que estão sendo concedidas pela
Justiça são tão astronômicos que em uma ação de quatro mutuários de
Londrina (PR) a cifra envolvida foi de R$ 723 milhões.
Nesse
caso, o seguro foi negado pela seguradora por falta de cobertura na
apólice. Mas os advogados recorreram à Justiça, que considerou, em
primeira instância, o pedido procedente. A sentença ainda está em fase
de execução, segundo o Tesouro.
As denúncias foram encaminhadas
ao MPF depois que a Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg)
entregou ao governo dossiê com levantamento detalhado da atuação
organizada de escritórios de advocacia em vários Estados, principalmente
em São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Pernambuco,
Rio Grande do Norte e Piauí. A documentação tem quase 500 páginas, com
dados detalhados das ações.
[o negócio é grave mesmo...foi preciso um dossiê produzido por uma entidade para alertar o governo? um negócio desse porte não prospera sem muitos silenciarem, outros tantos se omitirem, vários se ajoelharem diante da fortuna fácil e uns tantos se sujeitarem a colocar a moral numa tumba...]
Mutirão. Segundo o levantamento da
FenSeg, o número de ações cresceu de forma absurda, o que evidencia uma
verdadeira "indústria" para obter o seguro habitacional. O movimento, de
acordo com a FenSeg, tem sido coordenado por advogados que procuram
moradores de conjuntos habitacionais financiados pelo SFH e organizam
mutirões para recolher procurações e representá-los judicialmente
requerendo a reparação do imóvel sob alegação de vícios na construção. A
suspeita é que a Justiça dos Estados está articulada com escritórios
para agilizar o processo e garantir as indenizações.
[dizem algumas almas que a OAB tem um código de conduta; que o exercício da magistratura requer conduta ilibada; que magistrados não devem se 'articular' com advogados...pasmem meus dois leitores: alguns dizem que já leram numa tal de...como é mesmo o nome?...lembrei: Constituição...dizem que existem uns Princípios Constitucionais da Administração Pública. Certamente uma lenda urbana...]
O MPF já
instaurou procedimento preparatório para apurar as denúncias e solicitou
informações à Superintendência de Seguros Privados (Susep) e à Caixa. O
alvo da investigação, segundo portaria do MPF, são os indícios de
fraudes contra o SFH pelos escritórios de advocacia, celeridade
"incomum" na tramitação das ações na Justiça e possível omissão da
Caixa.
nominuto
[vou sugerir aos políticos que criem uma legislação estabelecendo o teto para os esquemas de desvios de recursos... claro que o projeto de lei deve contemplar um fator de reajuste: pode ser a variação do PIB do exercício anterior mais os tradicionais e quase sem uso 10%][só tão roubando na cuia grande e parece que o poço não tem fundo...aliás, aproveitando a 'inspiração' legislativa poderíamos mudar o nome da bodega logo para Corruptópolis]
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