Forno aceso: a CPI poupa governadores e Delta
Deu-se o previsto. Reunida nesta quinta (17), a CPI do Cachoeira acendeu o forno. Aprovou-se
a convocação de 51 suspeitos e quebrou-se o sigilo bancário, fiscal e
telefônico de 36 pessoas e empresas. Os governadores foram poupados.
Fernando ‘Delta’ Cavendish também foi retirado da grelha.
Com o apoio de governistas e oposicionistas, decidiu-se adiar a votação dos requerimentos que convocariam para depor três governadores: o tucano Marconi Perillo (Goiás), o petê Agnelo Queiroz (DF) e o pemedebê Sérgio Cabral (Rio).
Marconi e Agnelo encontram-se no espeto graças aos indícios
colecionados pela PF. A Procuradoria já informou que acionará a dupla no
STJ. Cabral teve o calcanhar exposto com a divulgação dos videos e
fotos que desnudaram a intimidade que o une a Fernando Cavendish. Para a
CPI, por ora, nada a apurar.
Num dos requerimentos aprovados, a CPI quebrou os sigilos da Delta. Apenas no Cento-Oeste. E a matriz? “Não é o nosso foco. Quem quiser que peça uma CPI da Delta”, disse o relator Odair Cunha (PT-MG).
[é certo que muitos 'puliticus' são desprovidos de coluna vertebral e tem a capacidade de andar com a cara rastejando no chão...mas ainda fico surpreso com algumas coisas que saem das entranhas dos 'puliticus'. Expliquem-me pelo amor de Deus: como é que uma 'criatura' tem coragem de se expor dessa maneira ao ridículo?]
E quanto a Canvendish? “Não há indícios que me levem a pedir a quebra
de sigilo ampla, geral e irrestrita de toda a empresa Delta e do senhor
Fernando Cavendish”, Odair declarou.
[peidou de novo...]
No inquérito da Operação Monte Carlo, a PF informa que a Delta
borrifou R$ 39 milhões nas caixas registradoras de empresas de fachada
da quadrilha. Suspeita-se que a verba tenha irrigado campanhas
eleitorais. Tomado pelas palavras, o relator da CPI acha que os milhões
se moveram sem o conhecimento do então controlador da empreiteira. Falta
nexo.
A voz de Cavendish, nunca é demasiado recordar, soou numa gravação
feita às escondidas por dois ex-sócios. Ele disse coisas assim: “Se eu
botar R$ 30 milhões na mão de políticos, eu sou convidado pra coisa pra
caralho! Pode ter certeza disso, te garanto. Se eu botasse dez pau que
seja na mão de nêgo… Dez pau! Ah… Nem precisava de muito dinheiro não,
mas eu ia ganhar negócio. Ôooo…”
Ou assim: “Estou sendo muito sincero com vocês: R$ 6 milhões aqui, eu
ia ser convidado. Ô, senador fulano de tal, eu tenho cinco convites
aqui. Toma, tá aqui ó. Pá! Se convidar, eu boto o dinheiro na tua mão.”
São frases que, num Congresso feito de honradez, inspirariam um desejo
irrefreável de ouvir o autor. Mas a CPI, feita de outra matéria prima,
faz ouvidos moucos.
Nascida sob o estrépito da unanimidade, a CPI descamba para a
seletividade. No parto, não teve opositores. Todos os partidos apoiaram.
Dilma absteve-se de barrar. Lula açulou o PT. FHC disse que a coisa é
necessária. Ao ensaiar os primeiros passos, a comissão revela-se uma
dessas iniciativas cujo risco de dar certo é nulo.
Sem alarde, retira-se da investigação o PAC, que tem na Delta sua
principal tocadora de obras. Na manha, PT e PMDB oferecem escudo a
Agnelo e Cabral para, num segundo momento, de cena para, arrastar apenas
Marconi para o banco da CPI. No mais, a comissão vai dançar ao redor de
Cachoeira e seu bando, já moídos pela PF. À platéia, reservou-se, de
novo, o papel boba.
blog do Josias
[qual será a matéria prima que 'produziu' esses 'puliticus'?]
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