Milhares de gestores municipais – de todas as regiões do Brasil – confirmaram que estarão em Brasília, de 15 a 17 de maio, na XV da Marcha a Brasília em Defesa Dos Municípios.
Problemas, dificuladades e limitações são registrados pela maioria
absoluta das prefeituras, e por esse motivo o evento reúne anualmente
prefeitos, vice-prefeitos, vereadores, representantes dos governos
estadual e federal e especialistas.
O Poder Local na construção de uma nova realidade
é o tema do encontro deste ano, e um desafio dos Municípios. Liderada
pelo presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM) Paulo
Ziulkoski, a mobilização propõe mostrar ao governo federal, ao Congresso
Nacional e a toda sociedade o desequilíbrio das relações federativas e a
centralização de recursos na esfera federal.
Ziulkoski
tem alertado que o atual sistema está levando o País ao estrangulamento
das políticas públicas. “Com o passar dos anos, aumentaram as demandas
repassadas aos Municípios e a competência para atendê-las. Aprovaram as
leis, criaram programas, transferiram responsabilidades, mas não foram
capazes de definir fonte de financiamentos e justa transferência de
verba para gerenciá- los”, analisa o presidente da CNM.
Relação federativa
Os
entraves das relações federativas refletem em diversas atividades da
gestão municipal. Entre tantas, o presidente da CNM chama a atenção para
o sub-financiamento da Educação e da Saúde por parte da União, para o
impacto da criação de outros pisos nas finanças e na administração dos
Municípios e a para urgência de aprovar medidas que tirem as prefeituras
do sufoco.
O
presidente da CNM exemplifica: “há no país cerca de 10 milhões de
crianças de zero a três anos e muitas delas frequentam creches. Apesar
de o custo mensal de um aluno na creche ficar em torno de R$ 600, as
prefeituras recebem, no máximo, R$ 200, tendo que cobrir a diferença de
R$ 400”. O
líder municipalista nacional também destaca que o investimento na Saúde
também sobrecarrega as finanças municipais. Segundo ele, as prefeituras
aplicam, em média, 19% de sua receita no setor, acima dos 15% exigidos
por lei. “Um exemplo é a despesa adicional com o Programa Saúde da
Família (PSF). Para manter o PSF a prefeitura recebe cerca de R$ 8 mil e
gasta cerca de R$ 30 mil”, calcula.
Wilson Dias/ABrDemandas
“A
federação brasileira ao longo das décadas não teve evolução fiscal para
acompanhar o crescimento dos programas”, salienta Ziulkoski. “Uma das
alternativas para ajudar os Municípios a equilibrar suas finanças seria a
distribuição mais igualitária dos royalties do petróleo”,
sugere. A distribuição de forma mais igualitária dos recursos
provenientes da exploração do petróleo no Brasil é uma das
reivindicações dos prefeitos e do movimento municipalista que volta a
pauta da Marcha este ano.
Para Ziulkoski, o debate sobre os royalties Já
avançou bastante. “Chegamos a uma proposta que representa um grande
acordo entre todos”, disse. Ele se refere ao Projeto de Lei do Senado
(PLS) 2.565/2011, que já deveria ter sido votado na Câmara dos
Deputados, se o compromisso assumido tivesse sido cumprido. “Queremos a
votação imediata, e sem alterações”, defende.
Programação
Lançamento
de publicações da CNM, solenidade de entrega do Prêmio Índice de
Responsabilidade Fiscal, Social e de Gestão (IRFS) e Mesa de debates com
o Governo Federal são atividades previstas na programação. Além da
apresentação do Projeto Memória CNM e debates sobre o crack nos Municípios brasileiros e a proposta em tramitação que visa redistribuir os royalties de petróleo e gás natural.
Por
primeira vez ao longo dos 15 anos de existência da Marcha, agora, na
15ª edição, a Câmara dos Deputados terá a sessão do dia 17 de maio,
próxima quinta-feira, transformada em Comissão Geral. Essa iniciativa
vai permitir que prefeitos e líderes municipalistas de todo o país se
manifestem da tribuna do Plenário da Câmara e façam um relato do atual
cenário enfrentado pela grande maioria dos Municípios.
A
Marcha começa na próxima terça-feira, 15 de maio, e termina na
quinta-feira, 17. O credenciamento de acesso ao evento começa na
segunda-feira, 14, a partir das 14h no local da mobilização – Royal Tulip Brasília Alvorada no SHTM – Trecho 1, Conjunto B, Bloco C.
[com o devido respeito aos poucos que vão com alguma boa intenção, tem-se que a Marcha dos Prefeitos é mais uma marcha da insensatez...não se conhece nada de proveitoso que esse tipo de evento já tenha produzido. Em alguns encontros não conseguem sequer mobilizar a atenção da presidente.][alguns que conhecem o 'negócio' dizem que no período da marcha é preciso importar 'quenga' de outros estados porque o movimento é grande...]
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