Por: Fernando Dias
A pobreza nordestina é um tema tratado pelos gestores de política pública no Brasil desde que este se tornou independente, ainda no início do século XIX. Inúmeros livros, tratados, teses, artigos e opiniões foram escritos e publicados desde então sem que, de fato, surgisse uma trajetória clara de política ou mesmo um padrão de crescimento endógeno que sugerisse, na mais tênue forma, uma solução.
Apenas a título de exemplo, a atual transposição do São Francisco, que é a principal obra no sertão, começou a ser discutida em 1847. O Nordeste permanece hoje, passados os séculos, a região mais pobre, a que concentra o maior número de pobres e a que apresenta os maiores problemas sociais.
É claro que ao longo dos últimos 15, 20 anos vêm surgindo alguns alentos para a região na forma de crescimento induzido por investimentos públicos e programas sociais. Estes últimos, por sinal, ao serem totalmente reformados e focalizados nas transferências monetárias levaram a transformações importantes e redução no grau de pobreza. No entanto, a questão das perspectivas permanece em aberto em ambas as vertentes de crescimento induzido.
As ações de industrialização, por exemplo, reedição do que já foi feito em larga escala no passado com a criação da SUDENE e do BNB, parecem sofrer do mesmo problema: O que fazer para retirar os benefícios do Estado sem inviabilizar os investimentos já feitos? Já a agricultura, que seria a opção por excelência para absorver os grupos nas áreas mais pobres, parece ter um desempenho bem abaixo das expectativas na região. Considere-se, por exemplo, a evolução do valor da produção agrícola nos últimos 20 anos, corrigidos pelo IPCA.
Fonte:
IBGE
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