As eleições deveriam ser uma
festa da democracia com a disputa para a definição da participação da sociedade
nas decisões futuras da comunidade, município, estado ou país. É o período em
que as forças políticas mostram para a sociedade (os eleitores) as propostas,
as personalidades e os programas para que no dia do pleito as pessoas possam
escolher o que será melhor. Notadamente nas eleições que ocorrerão no próximo
07 de outubro, nas quais serão escolhidos os vereadores e os prefeitos para os
próximos quatro anos, os eleitores terão oportunidade de analisar de forma
muito mais detida, apurada e com mais precisão porque tratam-se de indivíduos que
são conhecidos na cidade e que teoricamente as pessoas as conhecem, muitas
vezes, pessoalmente.
Mas, na grande maioria das
vezes até mesmo em uma eleição municipal existe a grande possibilidade do
eleitor ser ludibriado com promessas que não poderão ser cumpridas, com
passados não revelados de políticos que estão em disputas eleitorais, com
manipulação de dados e informações por parte do poder público, inclusive com a
dominação ou a conivência de grande parte da imprensa, entre muitas outras formas
sutis do poder vigente dominar a população. Em muitos casos, informações
relevantes não são repassadas para o povo, destinação de gastos não é revelada
e quem deveria fiscalizar é conivente ou é beneficiário de desvios e de má
gestão.
Nas eleições, muitos
candidatos se vestem de máscara e apresenta algo que não existe, o eleitor vota
em um candidato, pensando nas ideais de um candidato, mas quando este é eleito
ele se transforma, tira a máscara e passa a exercer o seu mandato com a sua
verdadeira cara, muitas vezes desprovida de ética, respeito e caráter. O
eleitor não questiona e nem interpela candidatos, principalmente os
majoritários em disputa de reeleição quanto a algo concreto que contradiz ao
que os órgãos públicos dizem a respeito da administração. A contestação dos
eleitos é ainda mais difícil de ocorrer. Assim, os políticos aparecem no
período eleitoral fantasiados de bons mocinhos e que serão a salvação de todos
caso vote neles, mas os resultados quase sempre são diferentes do que se
promete.
É verdade que existem
aquelas pessoas que, de fato, desejam fazer o melhor para a sociedade, mas na
maioria das vezes essas pessoas são desprovidas de recursos suficientes para
ganhar uma eleição. Uma eleição custa muito caro e somente com estratégia
bastante forte e bem organizada se consegue obter êxito, mas ter recursos
financeiros é fundamental. Infelizmente, pessoas que poderiam ser importantes
para o povo exercendo um mandato eletivo público são aleijadas nos processos
eleitorais por pessoas que muitas vezes não possuem os mesmos propósitos, mas
possuem dinheiro, próprio ou de terceiro, para gastar e, assim, ganhar a
eleição.
A democracia tem que ser
plena, não uma meia democracia. O povo tem que efetivamente participar com suas
críticas efetivas e desassombrado de qualquer fantasma de poder que muitas
vezes deixa as pessoas sem ação quando observam algum tipo de algo errado. As
pessoas não podem ser manipuladas, devem ser agentes transformadores. Ninguém é
dono de ninguém, todos devem ter autonomia para decidir como lhe convier, desde
que essa decisão não prejudique ninguém. Esse princípio deveria ser seguido em
todas as partes e em todos os lugares de nosso país, seja no período eleitoral
ou não.
por Francisco Castro
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