segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Os economistas da primeira-dama da economia.

Trecho de recente matéria especial do VALOR ECONÔMICO com a       primeira-dama da economia brasileira.


Apesar do rarefeito clima para o livre exercício do pensamento - piorado depois do Ato Institucional nº 5, em dezembro de 1968 -, surgiu uma nova geração de economistas, que influenciaria o debate macroeconômico do país pelos 40 anos seguintes. "Era uma geração de cinco brilhantes economistas", afirma e, sem acanhamento, inclui-se entre eles. No lado do governo, destaca Antônio Delfim Netto e Mário Henrique Simonsen. Na oposição, ela própria e seus colegas, sete e oito anos mais jovens, Carlos Lessa e Antônio Barros de Castro, autores de "Introdução à Economia - Uma Abordagem Estruturalista", best-seller entre estudantes de economia, já na 31ª edição.

Aposentada. Mas não retirada, isolada, distante. Aos 82 anos, Maria da Conceição Tavares tem direito ao relaxamento, ocupar-se com outras coisas além dos gráficos, tabelas, estatísticas que povoaram sua vida e seu cérebro desde a graduação em matemática na Lisboa dos anos 50 do século passado. "Já não gosto de economia", diz. Mas isso é apenas a expressão de um desejo de tranquilidade, pois nos minutos seguintes está a falar do necessário impulso para o Brasil e o mundo voltarem a crescer: "Você paralisa uma economia com corte de investimento público e alta de juros. É como fechar uma janela puxando um cordão. Mas você não abre uma janela emperrada com um cordão, talvez seja preciso um porrete. No sentido figurado, é claro".

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