sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Planejamento no Brasil


A década de 1930 tornou-se o marco moderno da evolução do sistema político e econômico brasileiro. No governo de Vargas o Estado passa a desempenhar funções cada vez mais complexas no conjunto da economia. Percebe-se  crescente participação estatal – principalmente via estatizações – e política econômica planificada – procurando ora a via do desenvolvimento ora a da estabilização. “Essas tendências convergentes estão associadas à formação do Estado propriamente burguês, em substituição ao estado do tipo oligárquico vigente até 1930” (MIRANDA NETO, 1981, p. 104).


Algumas experiências pontuais, válidas ao processo  construtivo em andamento, antecedem o planejamento governamental brasileiro,  cuja maior amplitude fora o Plano SALTE (saúde, alimentação, transporte e energia) em 1948, mas ainda relacionando-se diretamente com o aspecto físico das necessidades da administração nacional, e a Constituição de 1946, pois atribuiu ao governo a obrigação de planejar, apesar do escasso conhecimento da realidade brasileira. No entanto, somente em meados da década de 1950 é que o planejamento toma forma mais definida: “até então, o planejamento brasileiro havia sido realizado de forma descontinua e ocasional. A necessidade de basear a  ação governamental em programas de ação é reconhecida em meio a uma situação de guerra mundial” (MIRANDA NETO, 1981, p. 106).  

A partir de 1953 formou-se uma Comissão mista de técnicos da CEPAL e do recentemente criado Banco de Desenvolvimento [BNDE], cuja chefia ficara a cargo de Celso Furtado. Seu principal atributo era difundir no Brasil a Técnica de Planificação que se vinha desenvolvendo no interior da CEPAL (FURTADO, 1985). Tratava-se de um horizonte mais prático mediante as técnicas meramente conceituais  que impossibilitavam movimento em direção a um possível desenvolvimento. A Comissão teve ampla participação durante o Plano de Metas de Juscelino Kubitschek, na formulação das metas de Governo, embora o carro chefe se tratasse da construção da nova capital. 

Leiam mais:

Dilemas do planejamento nacional e estadual a experiência



Nenhum comentário:

Postar um comentário