sábado, 29 de setembro de 2012

PORTALEGRE: a verdadeira situação da agricultura


O município de Portalegre recebeu nos últimos anos milhões de reais dos governos federal e estadual para investimentos em projetos na área rural.

O dinheiro foi repassado para inúmeras associações rurais que foram criadas, quase todas comandadas por pessoas da confiança de NETO DA EMATER.

Infelizmente quando a fonte de dinheiro secava os projetos eram abandonados por NETO e os agricultores deixados a mercê da própria sorte.

O resultado desse tipo de atuação é que inúmeros projetos não prosseguiram e as famílias de agricultores contemplados acabavam por abandonar as produções. A falta de acompanhamento, de assistência técnica e o abandono da prefeitura resultaram em numerosos fracassos.

O interesse do ex-prefeito e de seus fieis escudeiros (quase sempre os mesmos que participam de todas as associações) cessa na mesma proporção que as verbas escasseiam.

Quem não se lembra dos projetos de criação de galinha caipira, de tilápias, de renovação de cajueiros, do turismo rural, do artesanato, da Sala da Agricultura Familiar, do Mercado do Produtor Rural e tantos outros projetos (PAPP, PCPR, Desenvolvimento Solidário, Farol do Desenvolvimento) que não tiveram os resultados esperados por falta de interesse dos seus idealizadores.

O resultado do descaso foi a redução apontada pelo IBGE nos indicadores da pecuária e agricultura do município. Somente para ilustrar a falta de apoio ao homem do campo apresentaremos algumas informações disponíveis no site do IBGE para os anos de 2008 e 2010 (último ano disponível).

Rebanhos
2008
2010
Bovinos - efetivo dos rebanhos
2.344 cabeças
2.065 cabeças
Suínos - efetivo dos rebanhos
1.822 cabeças
1.742 cabeças
Vacas ordenhadas - quantidade
493 cabeças
495 cabeças
Leite de vaca - produção – quantidade
288 mil litros
316 mil litros
Ovinos – efetivo dos rebanhos
1.046 cabeças
1.029 cabeças
Mel de abelha - produção - quantidade
19.195 kgs
13.700 kgs
Fonte: IBGE

Os dados apresentam uma redução acentuada do rebanho bovino e da produção de mel de abelha, diminuição dos efetivos de ovinos e suínos e um pequeno crescimento do rebanho de vacas e da produção de leite.

Em relação as lavouras temporárias e permanentes selecionadas ocorreu também uma acentuada redução da produção de cana de açúcar, milho, feijão, castanha de caju, permaneceu sem alteração a produção de banana e cresceu apenas a produção de mandioca.

Lavouras
2008
2010
Castanha de caju - Quantidade produzida
976 toneladas
264 toneladas
Banana (cacho) - Quantidade produzida
44 toneladas
44 toneladas
Feijão (em grão) - Quantidade produzida
200 toneladas
04 toneladas
Mandioca - Quantidade produzida
320 toneladas
480 toneladas
Milho (em grão) - Quantidade produzida
750 toneladas
03 toneladas
Cana-de-açúcar - Quantidade produzida
375 toneladas
Zero
Fonte: IBGE

Link para pesquisa de outros dados:

Mesmo que se considerem as intempéries climáticas e todos sabem que elas existem é ilustrativo que algumas atividades mantiveram-se estáveis e outras até apresentaram um pequeno crescimento. Dificultando, portanto, a tese de colocar culpa pelo descalabro somente no clima.

A verdade é que alguns se beneficiaram bastante com os milhões que foram direcionados para Portalegre através dos inúmeros programas, mas a capacidade produtiva dos agricultores familiares pouco mudou e quase todos continuam dependentes de rendas não agrícolas.

Para confirmar a falta de continuidade dos projetos citaremos alguns casos bem conhecidos dos agricultores de Portalegre.

A criação de peixes (tilápias) em tanques-rede (gaiolas) mobilizou inúmeras famílias. O presidente do Conselho do FUMAC a época, NETO e tantos outros incentivaram a formação de associações, como a do sítio Lajes / Pedro Rodrigues. O projeto iniciou, o dinheiro veio, foram comprados os materiais, os associados trabalharam muito e depois de algum tempo... Somente o trabalho duro restou para aqueles que acreditaram nas promessas da turma.

O projeto de criação de galinhas caipira seguiu o mesmo roteiro: muito trabalho para aqueles que acreditaram para, logo em seguida, ficar a sensação de que foram enganados.

O projeto de apicultura que foi tão alardeado por NETO. Falou-se tanto na construção de uma Casa do Mel, um entreposto, de parcerias com Fundação Banco do Brasil, SEBRAE, falou-se tanto de quanto dinheiro seria repassado e investido na produção, falou-se tanto de colmeias recebidas e tantos outros equipamentos.

Depois do oba-oba inicial (a fase do dinheiro fácil) nada mais foi dito sobre a viabilidade da apicultura, da criação de tilápias, das galinhas caipira e de tantos outros projetos abandonados.

Agora falam muito em maracujá (seria uma nova fase do dinheiro fácil?)

A Sala da Agricultura Familiar onde estaria funcionando? Os cursos de artesanato foram realizados, bastante dinheiro foi gasto (existindo dinheiro fácil tem sempre alguém muito interessado no começo, deve ser somente coincidência), muito foi prometido e agora artesãos e artesãs de Portalegre o que existe?

O turismo rural também foi muito debatido, comentado e...nada?

Quantas associações rurais existem em Portalegre? Quantas ainda estão em operação?

A verdade é que somente uma ou duas associações continuam atuando, mais uma vez por coincidência, são exatamente aquelas que dispõem de mais recursos. São as associações que o ex-prefeito continua, juntamente com seu grupo, comandando diretamente.

Dizem que tais associações movimentam ou já movimentaram milhões de reais em suas contas, mas são informações não oficiais porque tais entidades não costumam publicar seus balanços patrimoniais e demais informações contábeis, aliás, dizem que o ex-prefeito tem certa aversão a transparência.

Um exemplo claro da falta de vontade de compartilhar informações foi a tentativa que o ex-prefeito fez em expropriar os proprietários das mercearias do Mercado Público. Com o pretexto de transformar o Mercado Público em Mercado do Produtor Rural a Assessoria da Jurídica da Prefeitura a mando de NETO entrou com uma ação de uso capião de todo o Mercado (essa ação feita na surdina resultaria na perda do domínio dos imóveis por parte dos proprietários).

Felizmente, Wilson Rêgo, Lázaro, Erní, Narcísio Bessa e outros proprietários se reuniram e constituíram advogado para impedir a ação do ex-prefeito.

A ação foi uma clara demonstração de desprezo pela propriedade alheia, pois não impediu que a prefeitura realizasse a reforma e a transformação do Mercado Público em Mercado do Produtor Rural.

É evidente que mais esse projeto só foi adiante enquanto existiam recursos em jogo, pois ninguém em Portalegre tem dúvidas sobre o funcionamento do tal Mercado do Produtor Rural.

Em 07 de outubro será somente sua consciência que poderá mudar o quadro que vivenciamos. Podemos mudar e dar uma oportunidade a JOSÉ AUGUSTO administrar Portalegre e depois poderemos julgar sua administração.

NETO DA EMATER já foi prefeito (2001-2004), o grupo político ao qual pertence comanda Portalegre há 16 anos e os resultados? Quem não entendeu como está a situação da agricultura familiar pode ler novamente o texto.


do facebook da Juventude Democrata de Portalegre

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