O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, rebateu o resultado da pesquisa feita pela Confederação Nacional dos Municípios, que mostrou mais de 50% dos prefeitos potiguares com avaliação negativa das ações do Governo Federal no combate aos efeitos da seca. O ministro classificou de “ruído” o que está ocorrendo com os gestores municipais, não apenas do Rio Grande do Norte, mas também dos demais Estados da região Nordeste. Na pesquisa divulgada pela CNM, 57% dos prefeitos do Rio Grande do Norte afirmaram não receber auxílio do Governo Federal para enfrentar os problemas provocados pela estiagem e 43% indicaram ter ajuda de Brasília.
Adalberto MarquesMinistro Fernando Bezerra concede entrevista sobre ações do Governo Federal no Nordeste
O ministro contesta essas afirmações dos prefeitos. “As ações estão chegando nos municípios, o que acontece é ruído com os prefeitos. Eles (os prefeitos) querem ter acesso a recurso. Estamos trabalhando para os prefeitos terem um papel mais relevante”, disse o ministro durante entrevista coletiva da qual a TRIBUNA DO NORTE participou, ontem, em Brasília. Ele citou que os gestores municipais estão em busca de receberem o cartão de pagamento da Defesa Civil para realizarem as compras de ração animal, por exemplo. Mas o ministro afirmou que esse pleito ainda está sendo analisado pelo Governo Federal.
Fernando Bezerra Coelho confirmou que no programa Água para Todos o Governo Federal autorizou os Estados a conveniarem com os Estados. O ministro explicou que as parcerias não foram feitas com os municípios porque o Ministério não tem estrutura para fiscalizar. “Se o Estado (Governo do Estado) quiser conveniar com os municípios já está autorizado para isso”, destacou.
Nordeste
Ao fazer um balanço sobre o Governo da presidenta Dilma no trabalho na região Nordeste, o ministro foi taxativo: “Do Governo Lula para o Governo Dilma as ações no semiárido triplicaram”. Ele afirmou que as ações estruturantes e emergenciais somaram R$ 12 bilhões na atual gestão. Com os novos investimentos até o final do ano o valor chegará a R$ 20 bilhões exclusivamente nas ações de combate aos efeitos da seca nos últimos dois anos.
Chamando atenção para o Programa de Aceleração do Crescimento, o ministro disse que o PAC no semiárido, de 2007 a 2015 chegará a cifra de R$ 30 bilhões em investimentos com obras hídricas. O ministro da Integração Nacional rebateu as críticas de que o Governo Federal estaria usando as ações de combate aos efeitos da seca com fins eleitorais. “Ao Governo Federal não interessa a eleitoralização do debate a da seca. Não faço juízo de valor se há algum viés eleitoral”, destacou o ministro. Ele ressaltou que a busca do Governo Federal é se aproximar cada vez mais dos municípios, mas sem fins eleitorais.
“Queremos nos aproximar dos municípios. Estamos abertos para aperfeiçoar os programas, mas não queremos entrar no debate”, observou. Para o ministro antecipar o debate sobre a sucessão é um “desserviço”.
Candidatura
Ao final da entrevista coletiva, concedida na própria sede do Ministério da Integração Nacional, Fernando Bezerra foi questionado sobre a possibilidade de ser candidato a governador de Pernambuco. “Estou aqui para falar sobre as ações para combater os efeitos da seca”, ressaltou.
Embora com essa ressalva, durante a entrevista coletiva, o ministro fez relação entre as obras de transposição do São Francisco com a sucessão de 2014. Ele destacou que até o final do próximo ano serão entregues 100 quilômetros em cada um dos dois trechos da transposição, com a conclusão total em 2015.
“Vou ter água (da transposição) em Salgueiro antes da eleição”, disse o ministro, fazendo referência a Salgueiro, cidade pernambucana, Estado governado pelo pré-candidato a presidente da República Eduardo Campos.
Bolsa estiagem
O ministro da Integração Nacional afirmou que o pagamento do Bolsa Estiagem irá até o final de 2013. Mas ele ponderou que o benefício pode se estender caso a seca perdure.
“Essa situação está sendo monitorada direto por nós. Hoje a informação que chega é que as chuvas irão voltar a partir de novembro, então, se assim permanecer (a previsão) o Bolsa Estiagem ficará até o final do ano”, disse.
No Rio Grande do Norte, são 56 mil agricultores beneficiados com o Bolsa Estiagem. O programa chega a 154 municípios potiguares. A ação do Governo Federal soma R$ 35,4 milhões.
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