Lua Nova no.88 São Paulo 2013
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-64452013000100002
Socialismo e democracia no
marxismo de Carlos Nelson Coutinho (1943-2012)
Marco Aurélio Nogueira
Cientista político, diretor do
Instituto de Políticas Públicas e Relações Internacionais da Unesp
Quando publicou, em março de
1979, na revista Encontros com
a Civilização Brasileira, o ensaio "A democracia como valor
universal", Carlos Nelson Coutinho já era um autor de destaque no Brasil.
Marxista de base lukacsiana, havia escrito dois belos e importantes livros – Literatura e humanismo, de
1967, reunião de artigos de estética e crítica literária, e O estruturalismo e a miséria da
razão, de 1972, em que submetia à crítica as ideias positivistas que se
insinuavam entre a intelectualidade e no próprio campo marxista. Havia também
elaborado vários artigos sobre cultura brasileira, filosofia e teoria política.
Ainda jovem, era um autor prolífico, que se singularizava pelo texto límpido,
rigoroso e erudito.
Mas foi com esse ensaio
(Coutinho, 1980) sobre a democracia que Carlos Nelson ingressou de vez na cena
política e intelectual brasileira, para dela nunca mais sair. Poucos textos
tiveram tanta influência quanto aquele. Em plena ditadura militar no Brasil, o
ensaio lançava uma luz na escuridão; era como uma golfada de ar num ambiente
reprimido e sufocado, num momento em que as esquerdas (dentro e fora do país)
ainda digeriam o radicalismo pouco consequente das "guerrilhas" e,
sem conseguir assimilar a nova fase do capitalismo, as novas formas sociais e a
dimensão revolucionária da democracia política, se envolviam em polêmicas
verborrágicas sobre o caráter "burguês" ou "proletário" da
democracia e sobre o "melhor caminho para o socialismo". Dizia com
todas as letras, logo nas primeiras linhas:
A questão do vínculo entre
socialismo e democracia marcou sempre, desde o início, o processo de formação
do pensamento marxista; e, direta ou indiretamente, esteve na raiz das inúmeras
controvérsias que assinalaram e assinalam a história da evolução desse
pensamento (Coutinho, 1980, p.19).
Tratava-se de um vínculo
constitutivo do pensamento de Marx e dos grandes marxistas, que não podia,
portanto, ser abandonado ou menosprezado. Ao contrário, precisava ser
plenamente recuperado, valorizado e atualizado. Era hora de romper o marasmo,
eliminar os vetos "marxistas-leninistas" à democracia política
"burguesa" e conceber uma estratégia democrática de transformação
social, superando as limitações das prevalecentes teorias marxistas do Estado,
da revolução e do partido. Naquela altura da história das lutas sociais no
mundo, não fazia mais sentido menosprezar os procedimentos formais de
representação, decisão e criação de vontade política, que surgiram no curso das
revoluções burguesas clássicas e adquiriram dimensão de "valor universal",
ou seja, ganharam validade geral e se incorporaram à experiência concreta das
sociedades modernas, enriquecendo o gênero humano. O texto era claro:
As objetivações da democracia –
que aparecem como respostas, em determinado nível histórico-concreto da
socialização do trabalho, ao desenvolvimento correspondente dos carecimentos de
socialização da participação política – tornam-se valor na medida em que contribuíram, e
continuam a contribuir, para explicitar as componentes essenciais contidas no
ser genérico do homem social. E tornam-se valor universal na medida em que são capazes de
promover essa explicitação em formações econômico-sociais diferentes, ou seja,
tanto no capitalismo quanto no socialismo (Coutinho, 1980, p.24).
A argumentação vinha apoiada em
um consistente arcabouço filosófico e valia-se do estímulo provocado por uma
instigante declaração de Enrico Berlinguer, então secretário-geral do Partido
Comunista Italiano (PCI), que afirmara, nas comemorações do 60º. aniversário da
Revolução de 1917: "A democracia é hoje não apenas o terreno no qual o
adversário de classe é obrigado a retroceder, mas é também o valor
historicamente universal sobre o qual fundar uma original sociedade
socialista" (apud Radice, 1979, p.128). A sofisticada teoria política do
PCI, então no auge de sua forma física e intelectual, constituía naqueles anos
a principal referência do marxismo que desejasse ser criação crítica e não
somente repetição de formulações consagradas. Ela irá ressoar com força no
texto de Carlos Nelson e repercutirá intensamente nos ambientes democráticos e
de esquerda no Brasil. A aceitação plena do pluralismo, da busca de consensos,
da multiplicidade de sujeitos políticos, da alternância de poder e da
institucionalidade democrática tout
court era então posta no
centro da refl exão política, num movimento teórico que deixava patente a
adesão de Carlos Nelson à perspectiva gramsciana da luta por hegemonia, tema
que ele iria desenvolver mais tarde em seu excepcional livro Gramsci, de 1999.
Uma revolução poderia
certamente ocorrer, mas ela não seria "explosiva" e sim processual,
encadearia reformas ao longo de um tempo impossível de determinar em abstrato.
O Estado permaneceria como "aparelho" de opressão de classe, mas
alteraria sua forma em decorrência das pressões sociais, da socialização
política e da complexificação da estrutura social no capitalismo mais avançado,
acentuando sua condição de arena privilegiada da luta de classes. Portanto,
também tinha de ser compreendido pela chave ético-política que Gramsci
aproveitara de Benedetto Croce: um agente de educação, espaço indissociável da
sociedade civil, locus de negociação e de construção de
consensos, uma instância de governo e direção política. Tratava-se de assimilar
a ideia do Estado ampliado, um compósito de força e consenso, coerção e
hegemonia, instituições, valores e massas organizadas.
Eventuais governos socialistas
não poderiam abrir mão desses elementos, sob pena de não se completarem como
promessa reformadora. Se outro Estado pudesse ser concebido (e Carlos Nelson
estava seguro de que podia), ele se assentaria nessa dimensão universal da vida
política e social moderna. Uma nova hegemonia – capacidade de direção política
de um sujeito coletivo – somente poderia fazer sentido e ter desdobramento
prático progressista se partisse do reconhecimento da pluralidade irredutível
dos sujeitos e da irrevogabilidade das contradições sociais, ou seja, se saísse
do campo nebuloso dos "princípios" e se colasse à vida, à
complexidade real, aos tempos históricos particulares. A condição de
possibilidade dessa nova hegemonia estava dada pela incorporação sem
subterfúgios da perspectiva democrática.
Para Carlos Nelson, a
democracia precisava ser tratada como valor universal porque era um valor em si
e uma construção histórica que se fixara no horizonte da modernidade,
abrindo-se assim, não como "caminho" ou "instrumento", mas
como plataforma de estruturação e impulsionamento de todos os movimentos
políticos progressistas, reformadores. Ela não era somente base de um novo
contrato social e um conjunto de "regras do jogo", mas também uma
pedagogia para a luta e para a transformação social. Ensinaria aos homens o
valor dos "outros", a dignidade das pessoas, a tolerância, a
relevância do diálogo, a complexidade da política e do político – fatores que
se revestem de um extraordinário poder de contestação e de agregação cívica.
A essa postulação, Carlos
Nelson reunia uma teoria da sociedade e uma estratégia política, o que fazia de
sua argumentação uma análise concreta de situações concretas. Aceitar a
democracia como valor universal não era um repto teórico ou filosófico, muito menos
uma "tática política" ou uma provocação que se fazia a uma esquerda
fraseológica que parara no tempo, mas tratava-se antes de tudo do desdobramento
lógico de uma visão da realidade histórico-social, de uma compreensão do
capitalismo contemporâneo e de seus desafios em escala nacional e
internacional.
Particularmente no caso do
Brasil – país que havia sido condicionado por um padrão selvagem e autoritário
de desenvolvimento capitalista –, a questão democrática estava no centro de
tudo. Em 1979, em meio aos anos de chumbo, às vésperas da anistia política e do
início do último período da ditadura militar, o tema adquiria peso decisivo.
Saber resolvê-lo teoricamente era qualificar uma teoria da ação, estruturar uma
agenda de lutas e dar sustentação a um discurso que precisava ganhar as
multidões. Era também um modo de conceber o Estado e suas políticas, a relação
governantes/governados, as reformas sociais e a fixação da cidadania. A
democratização que já se anunciava no plano social e cultural precisava ser
estendida ao plano político imediato. O mesmo raciocínio poderia incluir os
distintos países da América Latina, ainda que com ritmos e cores particulares.
Não foi, portanto, por acaso ou
por mero capricho teórico que o ensaio de Carlos Nelson incorporou de for-ma
inovadora e criativa o conceito leniniano de "via prussiana",
valendo-se para tanto do tratamento mais ampliado que Georg Lukács lhe dera.
Segundo o filósofo húngaro, o conceito não deveria se limitar ao modo como a
questão agrária seria resolvida em sentido estrito (como a propriedade da terra
seria incorporada aos padrões capitalistas), mas envolver todo o
desenvolvimento do capitalismo e a superestrutura política das sociedades
burguesas. Lukács também aproximou esse conceito dos problemas da cultura e da
intelectualidade, ao dar operacionalidade à ideia de "intimismo à sombra
do poder", com o que destacava o imenso poder de atração exercido sobre os
intelectuais pelos núcleos do poder de Estado, principal "agente" de
modernização. A falta de democracia e de participação popular seriam
subprodutos inevitáveis desse padrão de revolução burguesa, no qual a
modernização faz concessões para poder avançar e é por isso
"conservadora", tendendo para o encontro de soluções autoritárias.
Assim teria ocorrido na Alemanha (nazismo) e na Itália (fascismo) (Lukács,
1972, pp.29-74).
Ciente de que não se tratava de
simplesmente "aplicar" o conceito como se fosse um modelo, mas sim de
tomá-lo como referência macro, Carlos Nelson o utilizou para construir sua
análise da situação brasileira, cuja revolução burguesa assumiu caráter
abertamente antidemocrático. As transformações políticas e a modernização
capitalista ocorridas no Brasil não resultaram de autênticas revoluções, de
movimentos provenientes de baixo para cima, que envolveriam o conjunto da
população, mas sempre foram efetuadas de forma "prussiana", ou seja,
[...] através da conciliação
entre frações das classes dominantes, de medidas aplicadas de cima para baixo,
com a conservação de traços essenciais das relações de produção atrasadas (o
latifúndio) e com a reprodução ampliada da dependência ao capitalismo
internacional (Coutinho, 1980, p.32).
Nessa dinâmica, as classes e
camadas sociais "de baixo" permaneceram marginalizadas, reprimidas e
fora do âmbito das grandes decisões políticas.
A transição brasileira para o
capitalismo (e de cada fase do capitalismo para a fase subsequente) deu-se
tanto no quadro da reprodução ampliada da dependência – ou seja, com a passagem
da subordinação formal à subordinação real em face do capital mundial – quanto
no quadro de uma "modernização conservadora": relações de produção
atrasadas (o latifúndio) foram preservadas e incorporadas funcionalmente ao
capitalismo. Tal fator pesou como uma bola de chumbo sobre toda a história nacional,
retardando dramaticamente uma industrialização centrada no mercado interno
ampliado e facilitando a monopolização precoce e a dependência externa.
O combate ao autoritário
elitismo "prussiano" confundia-se, assim, com a renovação democrática
da vida social, que se mostrava o modo mais avançado de levar a cabo as tarefas
que a ausência de uma revolução democrático-burguesa deixara em aberto. A
democracia adquirira valor universal e potência subversiva.
No ensaio de 1979, o conceito
leninista e lukacsiano de "via prussiana" era incorporado de forma
reflexiva e não como modelo a ser aplicado. Carlos Nelson, já então,
apropriara-se dos conceitos de "revolução passiva",
"revolução-restauração" e "revolução pelo alto", com os
quais Gramsci não só acentuara o caráter antidemocrático e conservador do
desenvolvimento capitalista italiano, como também procurara compreender a
dinâmica do capitalismo que se encaminhava para o fascismo e para o Estado de
bem-estar (Gramsci, 1999-2002,passim). A "revolução passiva"
gramsciana era assim usada como "critério de interpretação" da
formação social brasileira, na qual podiam ser visualizados os mesmos fenômenos
observados por Gramsci na Itália: fortalecimento do Estado em detrimento da
sociedade civil, com o predomínio das formas ditatoriais da supremacia em
detrimento das formas hegemônicas, e a prática do transformismo como modalidade
de desenvolvimento histórico que implica a exclusão das massas. Dali em diante,
ainda que modificasse e corrigisse suas formulações, Carlos Nelson não mais se
afastaria desse modo de pensar.
A teorização traduzia-se em
estratégia política: as lutas populares – e mais concretamente a luta contra a
ditadura militar no Brasil – teriam de avançar por uma estrada longa e árdua,
ganhando oxigênio ao se unificarem em torno da luta pelas liberdades
democráticas e pela democracia política. A opção pelo que Gramsci chamara de
"guerra de posição" era assim uma imposição da realidade: a recusa ao
"golpismo de esquerda" (que será visto por Carlos Nelson como
atravessado por um tipo semelhante de elitismo "prussiano") e a
progressiva obtenção de posições firmes na sociedade civil tornariam possível a
conquista democrática do poder de Estado pelas forças progressistas. A
renovação democrática, a democratização, seria o conteúdo estratégico da
revolução socialista no Brasil e na América Latina, poder-se-ia dizer.
Os anos de 1980, período em que
a ditadura brasileira se decompõe acossada por um movimento democrático de
amplas bases populares, dariam razão a essa perspectiva. Nas décadas seguintes,
com Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e Luiz Inácio Lula da Silva
(2003-2010), o Brasil avançaria política e socialmente, ainda que com altos e
baixos, mediante a consolidação da democracia política.
Em paralelo à consolidação de
sua matriz teórica, Carlos Nelson iria atualizá-la e aprofundá-la. Reformularia
algumas ênfases, incorporaria de modo pleno a perspectiva gramsciana da
"revolução passiva", voltaria a dialogar com Lukács, (Coutinho,
2005a), traria Rousseau para o debate marxista (Coutinho, 2011) e manteria
incansável trabalho de reflexão sobre cultura brasileira (Coutinho, 1986,
2005b) e, em particular, sobre marxismo (Coutinho, 1992, 1994, 2006). Em todas
suas intervenções, permaneceriam vivas as apostas teóricas e políticas feitas
no famoso texto de 1979.
Carlos Nelson escreveu esse
ensaio seminal como militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB), do qual se
afastou nos primeiros anos da década de 1980. Mais tarde, em 1989, ingressou no
Partido dos Trabalhadores. Em 1986, tornou-se professor da Escola de Serviço
Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que lhe concedeu o título de
professor emérito em junho de 2012.
Foi nessa condição de
intelectual militante que concebeu e coordenou a edição brasileira de Cadernos do Cárcerede Antonio
Gramsci, publicado pela Civilização Brasileira entre 1999 e 2002 em seis
volumes. Envolveu-se em muitas conversas, discussões e sessões de estudo para
estruturar a obra. O planejamento foi rigoroso e minucioso. Supervisionou todo
o trabalho, traduziu, redigiu notas complementares e introduções, com a
colaboração decisiva de Luiz Sérgio Henriques, editor da revista eletrônica Gramsci e o Brasil1.
Carlos Nelson a chamava de "edição temática dos Cadernos", para realçar a
perspectiva então seguida de privilegiar as notas finalizadas e organizadas
(segundo determinados temas) por Gramsci. Não a via como uma edição crítica ou
completa, para especialistas, mas como uma edição destinada a fazer com que
Gramsci fosse melhor conhecido e estudado no Brasil. Esta foi sua maior
realização.
Ao longo dos governos Lula da
Silva, Carlos Nelson divergiu seguidamente das opções e das políticas
governamentais então adotadas. Entendeu que elas não favoreciam mudanças
econômicas e sociais mais profundas. Não aceitava que Lula se autoproclamasse
um político que jamais havia sido de esquerda, nem muito menos o modo como o PT
era dirigido e atuava, com excessivas preocupações eleitorais e muitas
conciliações. Em 2004, trocou o PT pelo Partido Socialismo e Liberdade (Psol),
uma pequena agremiação composta por diversas tendências e dissidências de
esquerda que haviam discordado do PT durante os primeiros anos da presidência
Lula. Fez seu périplo partidário sem se afastar da visão democrática, do
compromisso socialista, da paixão intelectual por Gramsci e pela batalha de
ideias. Foi até o fim um comunista democrático, generosamente aberto ao
diálogo, à controvérsia e à reforma social.
A morte de Carlos Nelson em
setembro de 2012 deixou a cultura e as esquerdas brasileiras mais pobres e
vazias; seu trabalho, porém, deixou para elas um legado intelectual rico e
substantivo. Para os que puderam com ele conviver, discutir, trabalhar e fazer
política, para os que leram e aprenderam com seus textos, a sensação é de
perda, mas também de serena compreensão de que Carlos Nelson cumpriu uma função
de extraordinária importância no desenvolvimento do pensamento democrático e
socialista no Brasil.
Referências Bibliográficas
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LUKÁCS, G. 1972. El Asalto a la razón: la
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RADICE, L.L. 1979. Un socialismo da inventare.
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1 Disponível na página eletrônica www.gramsci.org.
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