Por: Portal JH
Aos poucos, o maior hospital de urgência e emergência do Rio Grande do Norte, o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, começa a apresentar as primeiras mudanças desde a inserção no Programa Federal SOS Emergência, do Ministério da Saúde.
O cenário de meses atrás, em que os corredores do hospital apresentavam mais de cem pacientes em macas e cadeiras, hoje é bem diferente, mas ainda distante do ideal. Na manhã desta sexta-feira (10), havia 23 pacientes no corredor, sendo 18 à espera de procedimentos ortopédicos.
A ortopedia é o grande obstáculo a ser enfrentado pela direção do Hospital e pela Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap), uma vez que a baixa rotatividade tem feito com que os pacientes esperem por dias pela realização da cirurgia.
Embora o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, tenha assinado o Termo de Compromisso com a direção do Hospital, a Secretaria Estadual de Saúde Pública e a Secretaria Municipal de Saúde de Natal em 22 de março, o apoiador local do programa SOS Emergência no Hospital Walfredo Gurgel, que também é secretário adjunto da Sesap, Marcelo Bessa, começou a desenvolver as atividades do projeto no Walfredo desde o dia 2 de janeiro deste ano. Passados mais de quatro meses, o apoiador considera que já houve avanços significativos em vários setores do Hospital, em especial na conscientização do profissional em se inserir no processo.
Uma das primeiras ações desenvolvidas no Hospital Walfredo Gurgel foi a criação do Núcleo de Acesso à Qualidade Hospitalar (NAQH). “Havia uma expectativa muito grande para o início das ações, pois desde outubro do ano passado, o Ministério da Saúde já havia confirmado que o Walfredo Gurgel seria inserido no SOS Emergência. Quando fui convidado e selecionado para ser o apoiador, diante da expectativa, começamos o trabalho desde janeiro. Inicialmente fazendo a conscientização dos profissionais, apresentando o projeto e demonstrando o que os demais hospitais que já faziam parte do programa já tinham ganhado na qualidade do atendimento. Isso foi um ganho, pois tivemos a preparação antes que fosse implantado”, destacou.
Além disso, o apoiador local foi capacitado para ser facilitador em um curso de pós-graduação em urgência e emergência para o SOS Emergência, que deverá ser iniciado no dia seis de junho, para ser aplicado em todos os hospitais incluídos no programa federal. O curso será ministrado pela equipe do Hospital Sírio Libanês. “O trabalho de conscientização avançou muito. Hoje, todos sabem como o programa pode contribuir para melhorar o Hospital. Sempre deixei claro que não são apenas os recursos que vai tirar o hospital do caos. Os recursos vão acontecer e tem que acontecer, porque o Programa tem recursos para isso, mas o mais importante é o que esses profissionais estejam dentro de projeto, acreditando na melhoria da qualidade, da assistência, da qualificação dos profissionais e dos dados”, destacou Marcelo Bessa.
O apoiador acredita que o que mais avançou antes da assinatura do Termo de Compromisso entre as entidades foi à conscientização dos profissionais, bem como a qualificação dos dados. Marcelo Bessa disse que até o final de junho, as câmeras, que fazem parte do programa SOS Emergência e que serão instaladas em todas as dependências do Hospital, estarão funcionando. As câmeras vão transmitir, em tempo real, a rotina diária do Hospital Walfredo Gurgel para o Ministério do Gabinete Civil, Ministério da Saúde e para a presidente Dilma Rousseff.
O enfermeiro Marcelo Bessa disse que dentro do trabalho de elaboração do perfil do Hospital Walfredo Gurgel, há um trabalho conjunto com a Secretaria Estadual de Saúde Pública de modo a garantir que os Hospitais regionais possam ter resolutividade para que o paciente não precise se deslocar ao Hospital Walfredo Gurgel em busca de atendimento. “Discutimos com o ministro a situação do hospital, bem como dos demais hospitais, para que eles funcionem e o Hospital Walfredo Gurgel possa estar em uma situação melhor e poder responder a sua demanda, que é de urgência e emergência do trauma”, afirmou.
Hoje, a porta de entrada do Pronto Socorro Clóvis Sarinho funciona com um enfermeiro 24 horas fazendo a triagem do paciente. No entanto, a expectativa é que nos próximos meses seja efetivada a classificação de risco na unidade. Ainda este mês será realizado o curso de capacitação com médicos e enfermeiros de classificação de risco. “Para que possamos efetivar a classificação de risco precisamos de equipamentos, que já chegaram e está sendo preparado um treinamento com as pessoas que vão manusear os equipamentos. O curso deverá feito até o próximo mês, e tão logo efetuaremos a nossa classificação de risco. Mas não ficamos parados esperando o curso, já começamos esse trabalho com um enfermeiro”, afirmou.
O tempo de permanência dos pacientes nas dependências do Hospital Walfredo Gurgel é outra grande preocupação. Diante disso, o Hospital implantou o Kanban, uma ferramenta de gestão de controle do tempo de permanência dos pacientes, usuários do SUS, na instituição. “É uma forma de fazer uma avaliação desde o momento em que o paciente entra no hospital, de como está o atendimento e quanto tempo ele passa nesse atendimento. É uma forma de classificarmos esse atendimento. A classificação de risco põe o paciente para dentro e o Kanban vê como você foi atendimento”, destacou.
A classificação é feita através de números: 1, para os pacientes que estão até 24 horas, 2 para aqueles que estão até 48 horas e 3 para aqueles que estão acima de 72 horas. “Com isso, podemos dar uma atenção especial para aqueles que estão no hospital há mais de 72 horas e resolver mais, tanto que hoje temos um corredor menor”. Os pacientes de clínica médica normalmente ficam classificados com o Kanban 1 e 2, no entanto, os de ortopedia são classificados com o Kanban 3.
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