CAPITAL FINANCEIRO:
do ponto de vista histórico, é o capital que se formou pela fusão do capital
dos monopólios bancários e industriais nos países imperialistas. A existência
do capital financeiro e a consequente aparição de uma oligarquia financeira
constituem uma das características fundamentais do imperialismo;
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A formação do capital financeiro
corresponde às últimas décadas do século passado e primeiras do século atual,
resultou da elevada concentração e centralização do capital nos setores
industrial e bancário desenvolvidas especialmente na Europa durante o período
anterior;
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De acordo com Lênin, a concentração da
produção, os monopólios que surgem dessa concentração, a fusão ou união dos
bancos com a indústria, tal é a história do nascimento do capital financeiro e
o conteúdo desse conceito;
IMPERIALISMO: FASE SUPERIOR DO
CAPITALISMO - Livro completo: AQUI
PREFÁCIO
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Objetivo do livro: mostrar o funcionamento
combinado da economia mundial capitalista nas suas relações internacionais, nos
princípios do século XX;
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A guerra de 1914 – 1918 foi uma guerra
imperialista à
guerra de conquista, de rapina, de pilhagem, pela partilha do mundo, divisão e
redistribuição das colônias, das esferas de influência do capital financeiro;
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O capitalismo transformou-se num sistema
universal de subjugação colonial e de estrangulamento financeiro da maioria dos
países por um punhado de países “avançados”;
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Nesta obra faz-se uma crítica ao
revisionismo de direita proposto por Kaustsky à abjuração completa dos fundamentos
revolucionários do marxismo, ou sua união oportunista com os governos
burgueses;
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O imperialismo é a véspera da revolução
social do proletariado, isto foi confirmado à escala mundial em 1917;
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Nas páginas que se seguem Lênin expõe os
laços e as relações recíprocas existentes entre as particularidades econômicas
fundamentais do imperialismo;
I. A CONCENTRAÇÃO DA PRODUÇÃO E OS
MONOPÓLIOS
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Concentração da produção em empresas cada
vez maiores constitui uma das particularidades mais características do
capitalismo;
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O capital-dinheiro e os bancos tornam ainda
mais esmagadores esse predomínio;
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EUA à concentração intensa;
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Transformação da concorrência em monopólio à fenômeno mais importante do capitalismo
nos últimos tempos;
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Combinação à reunião numa só empresa de diferentes
ramos da indústria;
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Combinação à taxa de lucro mais
estável, eliminação do comércio, aperfeiçoamento técnico, lucros suplementares,
fortalece a posição da empresa;
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Alemanha à concentração, legislação
alfandegária protecionista, volume de capital exigido para constituição de
novas empresas funcionam como barreira à entrada, ou seja, para novas empresas
se estabelecerem seria necessário um aumento extraordinário da procura;
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A obra de Marx tinha
demonstrado que a livre concorrência gera a concentração da produção, e que a
referida concentração, num certo grau do seu desenvolvimento, conduz ao
monopólio;
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Primeiro grande momento de
desenvolvimento dos monopólios começa com a crise internacional de 1870 e
prolonga-se até princípios da última década do século;
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1889 – 1890 à cartéis: acordos de
venda, prazos de pagamento, repartem os pontos de venda, fixam quantidades de
produtos à fabricar, estabelecem os preços, distribuem lucros;
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EUA à a grande superioridade
dos trustes sobre os concorrentes baseia-se nas grandes proporções das suas
empresas e no seu excelente equipamento técnico;
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Concentração à controle das fontes de
matérias-primas, mão-de-obra qualificada;
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As armas das associações
contra os “estranhos”: 1) privação de matérias-primas; 2) controle da
mão-de-obra qualificada; 3) privação dos meios de transporte; 4) privação de
possibilidades de venda; 5) acordo com os compradores para que estes mantenham
relações comerciais unicamente com os cartéis; 6) diminuição sistemática de
preços; 7) privação de crédito; 8) declaração de boicote;
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As relações de dominação e a violência
ligada a essa dominação, eis o que é típico da fase imperialista;
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O aumento gigantesco de capital transborda
e corre para o estrangeiro;
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As crises econômicas aumentam em proporções
enormes a tendência para a concentração e para o monopólio;
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O monopólio é a fase mais recente de
desenvolvimento do capitalismo
II. OS BANCOS E O SEU NOVO PAPEL
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Os bancos convertem-se, de modestos
intermediários que eram antes, em monopolistas onipotentes, que dispõem de
quase todo o capital-dinheiro do conjunto dos capitalistas e pequenos patrões,
bem como da maior parte dos meios de produção e das fontes de matérias-primas
de um ou de vários países;
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Concentração e centralização dos bancos;
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Situação privilegiada dos bancos: 1)
conhecer a situação dos diferentes capitalistas; 2) exercer influência sobre
eles, mediante ampliação ou restrição do crédito (controlá-los); 3) decidir
internamente sobre o seu destino;
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Crise de 1900 à acelerou em proporções gigantescas a
concentração industrial e bancária, converteu a relação com a indústria num
verdadeiro monopólio dos grandes bancos e deu a essas relações um caráter
incomparavelmente mais estreito e mais intenso;
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Século XX à ponto de virada do velho capitalismo para
o novo, da dominação do capital em geral para a dominação do capital
financeiro;
III. O CAPITAL FINANCEIRO E OLIGARQUIA
FINANCEIRA
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Capital financeiro é o
capital que se encontra à disposição dos bancos e que os industriais utilizam
(Hilferding);
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Capital financeiro à concentração da produção, monopólio, fusão
da indústria com os bancos;
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Capital financeiro à concentrado em muito
poucas mãos e gozando do monopólio efetivo, obtém um lucro enorme, que aumenta
sem cessar com a constituição de sociedades, emissão de valores, empréstimos do
Estado, consolidando a dominação da oligarquia financeira e impondo a toda
sociedade um tributo em proveito dos monopolistas;
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Se os lucros do
capital financeiro são desmedidos durante os períodos de ascenso industrial,
durante os períodos de depressão arruínam-se as pequenas empresas e as empresas
pouco fortes, enquanto os grandes bancos participam na aquisição das mesmas a
preços baixos, ou no seu lucrativo saneamento e reorganização;
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O monopólio penetra em todos os aspectos da
vida social;
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O
imperialismo, ou domínio do capital financeiro, é o
capitalismo no seu grau superior, onde ocorre a separação da propriedade do
capital da sua aplicação à produção. O predomínio do capital financeiro sobre
todas as demais formas do capital implica o predomínio do rentier e da
oligarquia financeira, a situação destacada de uns quantos Estados de poder
financeiro em relação a todos os restantes;
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Tendência a estabelecer relações mundiais;
IV. A EXPORTAÇÃO DE CAPITAL
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O que caracterizava o velho capitalismo, no
qual predominava plenamente a livre concorrência, era a exportação de
mercadorias;
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O que caracteriza o capitalismo moderno, no
qual impera o monopólio, é a exportação de capital;
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No limiar do século XX à uniões monopolistas de capitalistas em
todos os países de capitalismo desenvolvido; situação monopolista de uns poucos
países riquíssimos, nos quais a acumulação de capital tinha alcançado proporções
gigantescas; constitui-se um enorme excedente de capital nos países avançados;
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O desenvolvimento desigual e a
subalimentação das massas são as condições e as premissas básicas, deste modo
de produção;
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O excedente de capital não é consagrado à
elevação do nível de vida das massas do país, pois significaria a diminuição
dos lucros dos capitalistas, mas ao aumento desses lucros através da exportação
de capitais para o estrangeiro, para os países atrasados;
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O capital financeiro criou a época dos
monopólios; e os monopólios trazem sempre consigo os princípios monopolistas: a
utilização das relações para transações proveitosas substitui a concorrência no
mercado;
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É muito corrente que nas cláusulas do
empréstimo se imponha o gasto de uma parte do mesmo na compra de produtos do
país credor, em especial de armamentos, barcos, etc.;
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Os países exportadores de capitais
dividiram o mundo entre si, no sentido figurado do termo; mas o capital
financeiro também conduziu à partilha direta do mundo;
V. A PARTILHA DO MUNDO ENTRE AS
ASSOCIAÇÕES DE CAPITALISTAS
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As associações de
capitalistas – cartéis, sindicatos, trustes – partilham entre si, primeiro o
mercado interno, apoderando-se mais ou menos da produção do país; depois
partilham o mercado externo;
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É um novo grau de concentração mundial do
capital e da produção, um grau incomparavelmente mais elevado que os anteriores
à monopólios que se
sobrepõem aos governos nacionais;
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Os capitalistas não partilham o mundo
levados por uma particular perversidade, mas porque o grau de concentração a
que se chegou os obriga a seguir esse caminho para obterem lucros; e
repartem-no segundo o capital, segundo a sua força; qualquer outro processo de
partilha é impossível no sistema da produção mercantil e no capitalismo;
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A época do capitalismo contemporâneo
mostra-nos que se está a estabelecer determinadas relações entre os grupos
capitalistas com base na partilha econômica do mundo, e que, ao mesmo tempo, em
ligação com isto, se estão a estabelecer entre os grupos políticos, entre os
Estados, determinadas relações com base na partilha territorial do mundo, na
luta pelas colônias, na luta pelo território econômico;
VI. A PARTILHA DO MUNDO ENTRE AS
GRANDES NAÇÕES
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Capital financeiro: exacerbação da luta
pela partilha territorial do mundo entre as grandes nações;
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Ideologia burguesa: defesa do imperialismo,
como mecanismo de crescimento econômico à dominação das fontes de matérias-primas
(existentes e potenciais), em escala mundial;
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Quanto mais desenvolvido está o
capitalismo, quanto mais sensível se torna à insuficiência de matérias-primas,
quanto mais dura é a concorrência e a procura de fontes de matérias-primas em
todo o mundo, tanto mais encarniçada é a luta pela aquisição de colônias;
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Brasil: dependência financeira;
-
Portugal: dependência financeira e
diplomática;
VII. O IMPERIALISMO, FASE PARTICULAR
DO CAPITALISMO
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Imperialismo à substituição da livre concorrência pelos
monopólios capitalistas;
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Definição do imperialismo que inclua os
cinco traços fundamentais: 1) a concentração da produção e do capital levada a
um grau tão elevado de desenvolvimento que criou os monopólios, os quais
desempenham um papel decisivo na vida econômica; 2) a fusão do capital bancário
com o capital industrial e a criação, baseada neste capital financeiro, da oligarquia
financeira; 3) a exportação de capitais, diferentemente da exportação de
mercadorias, adquire uma importância particularmente grande; 4) a formação de
associações internacionais monopolistas de capitalistas, que partilham o mundo
entre si; 5) o termo da partilha territorial do mundo entre as potências
capitalistas mais importantes;
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O que é característico do imperialismo é o
capital financeiro, é a anexação não só das regiões agrárias, mas também das
mais industrializadas;
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Isso obriga, para fazer uma nova partilha,
a estender mão sobre todo tipo de território;
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Faz parte da essência do imperialismo a
rivalidade de várias grandes potências nas suas aspirações à hegemonia, isto é,
apoderarem-se de territórios não tanto diretamente para si, como para enfraquecer
o adversário e minar sua hegemonia;
VIII. O PARASITISMO E A DECOMPOSIÇÃO
DO CAPITALISMO
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A base econômica mais profunda do
imperialismo é o monopólio à o
monopólio capitalista gera inevitavelmente uma tendência para a estagnação e
para a decomposição;
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Na medida em que se fixam preços
monopolistas, ainda que temporariamente, desaparecem até certo ponto as causas
estimulantes do progresso técnico e, por conseguinte, de todo progresso, de
todo o avanço, surgindo assim, além disso, a possibilidade econômica de conter
artificialmente o progresso técnico;
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Crescimento da camada de rentiers, que não
participam em nada em nenhuma empresa, e cuja profissão é a ociosidade;
-
A exportação de capitais acentua ainda mais
esse divórcio completo entre o setor dos rentiers e a produção, imprime uma
marca de parasitismo a todo país, que vive da exploração do trabalho de uns
quantos países e colônias do ultramar;
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Apesar do aumento absoluto da produção e da
exportação industriais, cresce a importância relativa para toda a economia
nacional das receitas procedentes dos juros e dividendos, das emissões, das
comissões e da especulação;
-
Rentier à qualquer pessoa cuja renda advenha
exclusivamente da posse de capital;
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O Estado-rentier é o Estado do capitalismo
parasitário e em decomposição, e esta circunstância não pode deixar de se
refletir, tanto em todas as condições políticas e sociais dos países
respectivos em geral, como nas tendências fundamentais do movimento operário em
particular;
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Movimento operário inglês à camadas superiores e as camadas
inferiores, proletárias propriamente dita;
-
O proletário inglês vai se aburguesando de
fato cada vez mais; pelo que se vê esta nação, a mais burguesa de todas, aspira
a ter, no fim de contas, ao lado da burguesia, uma aristocracia burguesa e um
proletário burguês; naturalmente por uma nação que explora o mundo inteiro,
isto é, até certo ponto lógico;
-
Causa dessa situação: 1) exploração do
mundo inteiro por este país; 2) a sua situação de monopolista no mercado
mundial; 3) o seu monopólio colonial;
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Conseqüências dessa situação: 1)
aburguesamento de uma parte do proletariado inglês; 2) uma parte dele permite
que seus dirigentes e representantes sejam pessoas compradas pela burguesia ou,
pelo menos, pagas por ela;
IX. CRÍTICA DO IMPERIALISMO
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O essencial na crítica do imperialismo
consiste em saber se é possível modificar por meio de reformas as bases do
imperialismo, se há que seguir para diante, intensificando e aprofundando ainda
mais as contradições que o imperialismo gera, ou se há que retroceder,
atenuando essas contradições;
-
Hobson, Hilferding e Kautsky mantêm uma
posição pequeno-burguesa na crítica do imperialismo à socialistas reformistas;
X. O LUGAR DO IMPERIALISMO NA HISTÓRIA
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O imperialismo é, pela essência econômica,
o capitalismo monopolista, é uma fase de transição para uma estrutura econômica
e social mais elevada;
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Quatro manifestações principais do
capitalismo monopolista:
1.
O monopólio é um produto da concentração da
produção num grau muito elevado do seu desenvolvimento à o nascimento do monopólio como produto da
concentração da produção;
2.
Os monopólios vieram intensificar a luta
pela conquista das mais importantes fontes de matérias-primas, particularmente
para a indústria fundamental e mais cartelizada da sociedade;
3.
O monopólio surgiu dos bancos, os quais, de
modestas empresas intermediárias que eram antes, se transformaram em
monopolistas do capital financeiro à a oligarquia financeira, que tece uma
densa rede de relações de dependência entre todas as instituições econômicas e
políticas da sociedade burguesa é a manifestação mais evidente deste monopólio;
4.
O monopólio nasceu da política colonial à aos numerosos velhos motivos da política
colonial, o capital financeiro acrescentou a luta pelas fontes de
matérias-primas, pela exportação de capitais, pelas esferas de influências
(esferas de transações lucrativas), de concessões, de lucros monopolistas e
pelo território econômico em geral;
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Posse das colônias aumenta luta pela
partilha do mundo;
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Capital monopolista aumenta contradições do
capitalismo;
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Os monopólios, a oligarquia, tendência para
dominação em vez da liberdade, exploração de um número cada vez maior de nações
pequenas ou fracas por umas poucas nações riquíssimas e muito fortes, são estes
os traços distintivos do imperialismo, que obrigam a quantificá-lo de
parasitário ou em estado de decomposição;
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São estes traços que permitem a formação de
Estados-rentiers (Estados usurários), cuja burguesia vive cada vez mais à custa
da exportação de capitais e do “corte de cupões” à burguesia parasitária;
-
De tudo que dissemos sobre a essência
econômica do imperialismo deduz-se que se deve qualificá-lo de capitalismo de
transição ou, mais propriamente, de capitalismo agonizante;
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Percebe-se que nos encontramos perante uma
socialização da produção, percebe-se que as relações de economia e de
propriedades privadas constituem um invólucro que não corresponde já ao
conteúdo, que esse invólucro deve inevitavelmente decompor-se se a sua
supressão for adiada artificialmente, que pode permanecer em estado de
decomposição durante um período relativamente longo, mas que, de qualquer modo,
será inelutavelmente suprimida.
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