Dilma Rousseff ainda carrega muita cartas na manga. Só os oposicionistas, caçadores de maus presságios, e os governistas, que reclamam uma reação vigorosa, não perceberam. Nesta segunda-feira (15), a presidenta foi ao rádio decidida a silenciar uns e outros.
Brandindo dois planos anunciados recentemente —o Plano Safra do Semiárido e o Plano Safra da Agricultura familiar—, Dilma usou seu programa radiofônico semanal para semear esperanças:
“Nós queremos e temos certeza que podemos tornar o semiárido uma região produtiva, gerando trabalho e renda para os agricultores o ano inteiro. As populações que vivem nas regiões semiáridas do nosso país não podem ficar condenadas a sofrer perdas e passar tantas dificuldades a cada estiagem. […] Estamos criando as condições para o semiárido nordestino conviver de fato com a seca.”
Quer dizer: a promessa anterior —a irrigação farta da transposição do Rio São Francisco— ainda não se materializou. Mas Dilma, com sua prodigalidade discursiva, já promete até safra sem chuva. Água não tem. Mas logo, logo as ruas providenciarão mais alguns trovões e raios que os partam.
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