A
Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), que atua no setor de
energia em todo o Nordeste, com exceção do estado do Maranhão, só
investiu até o mês de julho R$ 651,1 milhões dos R$ 2 bilhões
autorizados para o ano, o que equivale a 33% do total.
Das 15
iniciativas sob responsabilidade da companhia, apenas a ação de
“Manutenção e Adequação de Bens Imóveis” recebeu mais de 50% dos
investimentos previstos para 2013. Ações de ampliação, reforços e
melhorias no sistema de transmissão de energia elétrica da região
atendida, por exemplo, receberam aplicações inferiores a 30% do total
previsto.
Confira aqui as ações da Chesf.
A
maior ação da Companhia, intitulada “Ampliação do Sistema de
Transmissão de Energia Elétrica na Região Nordeste”, que tem previsão
para receber aplicações de R$ 658,8 milhões este ano, só recebeu R$ 197
milhões, ou 30% do autorizado, em investimentos.
A Chesf
só investiu 25% do previsto na iniciativa Manutenção no Sistema de
Transmissão de Energia Elétrica na Região Nordeste”. Foram autorizados
R$ 351,2 milhões para a ação, dos quais apenas R$ 88,5 milhões foram
aplicados.
Questionada
pelo Contas Abertas no início do mês, época em que o relatório de
investimentos das estatais no primeiro semestre foi divulgado, a
Eletrobras afirmou que os atrasos foram decorrentes de fatores como a
demora na contratação de trabalhadores especialmente qualificados para
os serviços, atraso na entrega de componentes e materiais, retrabalho
necessário devido à fiscalização nas obras, entre outros fatos.
Quatro
obras de autoria da empresa, que juntas tiveram R$ 5,8 milhões
autorizados para investimentos, não receberam nenhum recurso em 2013.
São elas: “Implantação de Parques Eólicos de Geração de Energia Elétrica
na Região Nordeste” (R$ 1 milhão), “Implantação do Projeto Solar para
Geração de Energia Elétrica, a partir de Painéis Fotovoltálticos” (R$
2,8 milhões), “Ampliação do Sistema de Geração de Energia Elétrica na
Região Nordeste” (R$ 1 milhão) e “Ampliação da Capacidade de Geração da
Usina Hidroelétrica Luiz Gonzaga” (R$ 1 milhão).
Entre as
iniciativas que receberam recursos, a ação de “Manutenção e Adequação de
Bens Móveis, Veículos, Máquinas e Equipamentos” só teve 7% do total
autorizado aplicado em investimentos. Foram pagos apenas R$ 2,4 milhões,
dos R$ 36,1 milhões liberados.
Os dados
sobre a execução dos investimentos da CHESF foram obtidos no Siga Brasil
e segundo o portal estão atualizados até julho deste ano.
Em
valores correntes, entre 2000 e 2012, os recursos somados para a
companhia chegaram a R$ 12,2 milhões. Porém, no período, a empresa
deixou de investir R$ 3,7 milhões, pois as aplicações chegaram a apenas
69,7% do total previsto. Percentualmente, o pior ano de investimentos da
Chesf foi 2002, quando 52,9% dos recursos foram utilizados. Já o melhor
desempenho aconteceu em 2004, quando 88,7% foi aplicado. Nos últimos
quatro anos, no entanto, os investimentos não superaram em execução a
marca de 75%.
Ainda em
relação ao questionamento feito pelo Contas Abertas sobre os
investimentos da Eletrobras em 2013, a empresa afirmou que,
historicamente, a realização do investimento da empresa se realiza, de
forma mais acentuada, no segundo semestre de cada ano. Ainda segundo a
estatal, a ritmo de aplicação também contabiliza o adiamento nas
liberações de licenças ambientais e a fatores de natureza interna, tais
como demora nos processos licitatórios e atraso na entrega de materiais
por parte dos fornecedores.
Apagão no nordeste
Apagão no nordeste
O apagão
de ontem (28) na região Nordeste afetou todos os 326 municípios
gerenciados pelo sistema Eletrobras. Eles se concentram nos Estados do
Piauí (224 cidades) e de Alagoas (102). De acordo com o superintendente
de Operações da Chesf, João Henrique Franklin, todo o Nordeste está com
falta de energia elétrica. O problema ainda não foi identificado, mas
teve início às 15h08 de hoje.
Segundo o
ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, a causa do apagão no
Nordeste não possui relação com os investimentos, mas com uma queimada
na fazenda Santa Clara na cidade de Canto do Buriti, no Piauí. Segundo o
ministério, o blecaute provocou o desligamento de duas linhas de
transmissão paralelas e totalizou um corte de carga de 10.900 megawatts.
Lobão
afirmou que o “sistema é bom, é forte, é igual aos melhores do mundo.
Queimada provoca esse tipo de desligamento, lamentavelmente acontece. Já
aconteceu outras vezes no Brasil e no exterior".
Do Contas Abertas
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