quarta-feira, 20 de novembro de 2013

"apagão" de mão de obra para o agronegócio

Rio de Janeiro (ABr) - O agronegócio brasileiro se tornou um dos mais produtivos do mundo, mas a formação de profissionais não acompanhou a evolução, afirmam especialistas. Para o presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maurício Lopes, a solução passa pela adequação dos cursos universitários. 

“A complexidade vai marcar a agricultura no futuro. Teremos uma agricultura cada vez mais integrada, com sistemas como lavoura-pecuária e lavoura-pecuária-floresta, exigindo mais cuidado com questões como o meio ambiente. Vamos precisar de pessoas cada vez mais capacitadas e com uma visão ampla do processo”, diz Lopes, acrescentando que é preciso trabalhar com as universidades para que ajustem seus currículos e sejam adequados à realidade.

Para ele, no entanto, o país tem uma posição privilegiada: “Temos mais de 70 universidades agrárias e institutos que formam técnicos. Só temos que cada vez mais modelar a formação para que tenhamos oferta de profissionais que atendam a um agronegócio tão complexo e tão diverso como é o brasileiro”.

Perspectivas


O presidente da Sociedade Nacional da Agricultura (SNA), Antonio Alvarenga, concordou que a adequação de currículos é um ponto de partida, mas argumentou que é preciso também convencer os jovens de que o campo pode ser promissor. “Nossas instituições de ensino formam profissionais para os centros urbanos. É preciso desenvolver nos alunos, nos universitários, uma consciência de que o setor rural tem mercado, bons salários e grandes oportunidades, e que ele não precisa ficar apenas nos centros urbanos para ser um profissional de sucesso”.

Alvarenga destacou a necessidade de profissionais de gestão, como economistas agrícolas. “Hoje o produtor precisa acompanhar o mercado de commodities, a cotação do dólar, os mercados internacionais e conhecer logística. Tem que gerir bem a produção, ganhar produtividade, conhecer técnicas modernas. É um profissional que está sendo muito demandado e que não existe”, diz. Ele recomenda especialização a quem esteja interessado nesse mercado.

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