sábado, 7 de dezembro de 2013

FIDA reúne casos exitosos em publicação sobre atuação no Brasil

Um debate em Roma mostrou as possibilidades e desafios para atuação de organismos internacionais em países de renda média, como o Brasil. A conclusão a que se chegou foi que ainda há espaço para a cooperação internacional para o desenvolvimento em regiões onde o Estado ainda não consegue chegar sozinho. Além disso, o sucesso de iniciativas no país pode servir de exemplo para outras políticas nacionais e em outros países.

“Para isso, no entanto, é fundamental que se estabeleçam mecanismos de absorção dos aprendizados”, afirma o sociólogo Arilson Favareto, que desenvolve pesquisas relativas às instituições e políticas para o desenvolvimento territorial sustentável. Ele ainda aponta que “os projetos devem contribuir com a experimentação de inovações que auxiliem o Estado a atualizar a agenda sobre o tema”.

A avaliação de Favareto está no livro Práticas de Desenvolvimento no Nordeste do Brasil editado pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), com apoio do  Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) no Brasil e lançado em Roma. O representante do Instituto no Brasil, Manuel Otero, e a secretária de Desenvolvimento Territorial do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Andrea Butto, participaram do evento em Roma em que foram debatidas as experiência do FIDA no país e lançada a publicação.

Experiências no Brasil e parceria entre instituições

O livro apresenta ainda as experiências dos projetos Dom Hélder Câmara (PDHC) – desenvolvido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA); de Manejo Sustentável de Terras no Sertão Semiárido, conhecido como projeto Sertão, e o Gente de Valor, do governo da Bahia, desenvolvidos no Nordeste brasileiro.

O conteúdo de publicação foi apresentado previamente em Brasília, no início de novembro, no seminário que reuniu gestores dos governos estaduais e representantes do Fundo Internacional para Desenvolvimento da Agricultura (FIDA), organismo vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU), e do IICA, instituição especializada em desenvolvimento agropecuário e rural das Américas.

O Fundo e o Instituto, com apoio da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID), são parceiros do Programa de Gestão do Conhecimento do Semiárido Nordestino, conhecido como Semear, em cujo âmbito se realizaram as sistematizações contidas na publicação.

Desenvolvimento rural sustentável

A atuação do PDHC está centrada em três componentes: capacitação e organização; desenvolvimento produtivo e comercialização e acesso às linhas de crédito do Banco do Nordeste (BNB) para o desenvolvimento de cooperativas de crédito. O projeto trabalha pela qualidade de vida de cerca de 15 mil famílias de agricultores familiares, quilombolas e assentados da Reforma Agrária nos estados do Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.

O PDHC ainda é responsável pela gestão de outro projeto, o Sertão. Ambos atuam nos mesmos locais e têm missões que se complementam. O Sertão implementa sistemas sustentáveis de uso da terra. O objetivo é minimizar as causas e os impactos negativos da degradação das terras e do bioma Caatinga. O Gente de Valor é desenvolvido pelo governo do estado da Bahia. O projeto investe na ampliação da oferta de água, apoia microempresas rurais e capacita para o trabalho, entre outras ações, sempre em municípios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que leva em conta os níveis de renda, educação e acesso à saúde.

Clique para acessar as experiências do FIDA no Brasil

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