O senador José Agripino quer fazer uma composição do seu DEM com o PMDB dos Alves para viabilizar a renovação do mandato do filho, deputado federal Felipa Maia.
A notícia circulou nos bastidores da sucessão estadual 2014, como justificativa para um suposto distanciamento de Maia com a governadora Rosalba Ciarlini (DEM).
Procede?
A coluna não tem autonomia para dizer que sim ou que não. Porém, é possível fazer algumas ponderações, que parecem óbvias, senão vejamos:
1 – Agripino teria necessidade de recorrer aos Alves para salvar a carreira política do filho? Claro que não. O líder do Democratas tem densidade eleitoral suficiente para garantir o terceiro mandato de deputada federal de Felipe.
Inclusive, o partido pode fechar composição proporcional com outras siglas da base governista como PSDB, PMN, PP, entre outras de menor quilate, o que garantia a reeleição de Felipe.
Ademais, seria fim de carreira um Maia precisar de um Alves para se manter vivo na política potiguar. As duas tradicionais famílias, com históricos de confrontos acirrados, vitórias e derrotas, não se permitiram ser reféns uma da outra. No máximo, uma parceria de mão dupla, sem dependência de lado a lado.
2 – Agripino abandonaria a única governadora do Brasil filiada ao partido que ele preside a nível nacional? Também não. Essa questão vai muito além de uma eventual insatisfação do senador com a governadora.
Manter o único estado que governa parece fundamental para o Democratas sobreviver no cenário político.
3 – A parceria histórica, de fidelidade e de lutas, de Maias e a ala da família Rosado da qual Rosalba faz parte, não pereceu por uma indisposição momentânea, assim como sobreviveu a outras crises de relacionamento e saiu delas mais forte.
O passado registra. O presente, certamente, não apagará.
Portanto, não aposte no distanciamento de Agripino de Rosalba, para se abraçar com os Alves. A parceria política de quatro décadas não se quebrará por interesse menor.
César Santos - PUBLICADO EM 20-01-2014
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