A posição dos estados nordestinos no ranking nacional de produtores de mel despencou no ano passado, em consequência da estiagem.
A posição dos estados nordestinos no ranking nacional de produtores de mel despencou no ano passado, em consequência da estiagem. Piauí e Ceará, que apareciam no topo da lista em 2011, logo após Rio Grande do Sul e Paraná, foram ultrapassados também por Santa Catarina, Minas e São Paulo. O mesmo ocorreu em relação ao ranking municipal: em 2012 apenas sete municípios nordestinos integravam a lista dos 20 maiores contra 14 do ano anterior.
Dos quatro principais produtores de mel do Nordeste, a queda de produção, em 2012, foi mais acentuada em Pernambuco (73%) e no Piauí (69%) na comparação com 2011. No Ceará, a redução ficou em 50% e na Bahia, em 39%.
A produção regional caiu 54%, de 16,9 mil para apenas 7, 7 mil toneladas, enquanto em âmbito nacional decresceu 19%, de 41,5 mil para 33,5 mil toneladas.
O desastre para os produtores de mel do Nordeste somente não foi maior devido à valorização do produto no mercado. O preço médio por quilo subiu 41%, em 2012, em relação ao ano anterior.
Com isso, em 2012, o valor bruto de produção alcançou R$ 47, 1 milhões ante R$ 73 milhões no ano anterior. Ceará, Bahia e Pernambuco responderam pela maior participação do vbp apícola regional com R$ 12 milhões, R$ 8,3 milhões e R$ 8 milhões, respectivamente. O pior desempenho foi observado no Piauí, onde o valor da produção caiu de R$ 17,9 milhões para R$ 6,3 milhões.
Vale salientar que em Pernambuco, apesar do saldo negativo na safra de 2012 (-73%), o preço médio apurado reduziu o impacto dos prejuízos dos apicultores, sobretudo os que se dedicam à produção orgânica. Basta ver que a cotação média do produto naquele estado (R$12,66/kg) ficou bem acima dos praticados no Piauí (R$ 4,05), Maranhão (R$ 5,28), Ceará (R$ 5,98), Alagoas (R$ 5,81) e Bahia (R$ 5,24).
Produção Municipal
Na maioria dos municípios nordestinos que se dedicam à produção de mel, 2012 foi de extrema dificuldade. Em muitos deles, as perdas somaram mais de 80% como destaca o estudo realizado pelo IBGE.
É o caso, por exemplo, de Araripina (PE) que sequer aparece na última lista dos 20 maiores produtores brasileiros. De 780 toneladas em 2011, quando liderava o ranking nacional, o município pernambucano totalizou apenas 80 toneladas no ano passado, queda de 89%.
Em outros municípios do Nordeste, igualmente ranqueados em 2011, as perdas foram substantivas, a exemplo de Campo Grande do Piauí, onde a produção decresceu de 347 t para 49 t (85%). Em Limoeiro do Norte (CE) caiu de 480 t para 144 t (70%) e em Ribeira do Pombal (BA) de 430 t para 130 t (69%).
Em Santana do Cariri, sul do Ceará, a safra foi reduzida em 70% (de 421 para 126 t), percentual um pouco menor que o de Bodocó (PE), com 79% (de 302 t para 62 t). Em Itainópolis (PI), a produção regrediu 75%, de 289 t para 72 t, enquanto em Alto Santo (CE) decresceu 280 t para 84 t (70%).
AGÊNCIA PRODETEC
Nenhum comentário:
Postar um comentário