A prefeitura de
Portalegre tem alegado sistematicamente que não tem condições de garantir o
pagamento do Piso Nacional para os professores.
A categoria já acumula
perdas significativas, pois não foi contemplada com o reajuste definido pelo
governo federal nos anos de 2012, 2013 e nem tem garantia de reajuste para
2014.
Não se duvida que as
dificuldades realmente existam, mas a prefeitura deu algumas colaborações para
piorar o quadro e não creio que os professores mereçam pagar o preço dos
desatinos, eventualmente, cometidos.
Cito apenas alguns
exemplos:
- Até 2012 a prefeitura
mantinha uma profusão de gratificações;
- Em alguns exercícios,
existência de pessoas na folha do FUNDEB, mas atuando em áreas diversas,
algumas sem relação direta com a educação;
- Erros no
dimensionamento dos concursos realizados e, consequente, inchaço da folha de
pessoal;
- Perda de alunos para
a rede estadual e até para a rede privada, como consequência direta da pouca
prioridade dada a educação. Aqui, tem-se o chamado efeito bola de neve: a falta de prioridade resulta em perda de alunos que, por sua vez, impacta as receitas.
A penúltima novidade
parece ser a remoção de servidores para a cota do FUNDEB 60%, conforme se
verifica na consulta dos links a seguir.
AQUI; AQUI; AQUI; AQUI;
AQUI; AQUI e AQUI (As duas últimas já estavam na cota FUNDEB 60%, mas, ao que parece, vão sair da sala de aula para atuarem no setor pedagógico). Acredito que o aumento da folha de pagamento do FUNDEB 60% com as remoções se aproximem de R$ 9.000,00 por mês, considerando as cinco remoções.
Poderia apontar outros
eventos, mas continuo acreditando que o não pagamento do Piso Salarial se
constitui no maior equívoco da gestão municipal.
Basta fazer o seguinte
questionamento: como exigir dedicação plena aos docentes sem pagar o mínimo que
a Lei lhes assegura?
Não será com escapismo (como
estimular a judicialização e contar com a lentidão do judiciário) ou com tentativas
de apontar supostos interesses partidários que se contornará tal problema.
Mesmo que não
escrevesse sobre este assunto o problema não desapareceria. O fato incontornável
é que “dói no bolso” de todos e não se trata, em hipótese nenhuma, de disputas
políticas. É um fato.
Até a paciência e a boa
vontade da categoria deveria servir de estímulo para a gestão buscar
alternativas e oferecer uma proposta passível de negociação.
E olha que as perdas não
são apenas pelo não pagamento do Piso Salarial. Caso se considere tudo que os
docentes têm direito as perdas já se aproximam de 50%.
Ufa!!!
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