A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu nesta quarta-feira que a resistência a antibióticos deixou de ser uma ameaça e se tornou uma realidade na saúde pública global. A afirmação está em um novo relatório, o primeiro elaborado pela entidade sobre a escala mundial do problema. Segundo a OMS, a resistência a antibióticos acontece “em cada região do mundo e afeta a todos, independentemente da idade ou país de origem”.
Para a organização, embora os antibióticos sejam um dos pilares da saúde mundial e uma forma de fazer com que as pessoas vivam saudáveis por mais tempo, o uso inapropriado desses medicamentos os tornou praticamente ineficazes em alguns casos.
"Se não adotarmos medidas significativas para prevenir melhor as infecções e modificar a forma como produzimos, prescrevemos e utilizamos os antibióticos, vamos perder pouco a pouco os seus benefícios, e as consequências serão devastadoras", disse o diretor assistente para segurança em saúde da OMS, Keiji Fukuda. “O mundo caminha para uma era pós-antibiótico na qual infecções correntes e feridas menores, que durante décadas eram curadas com facilidade, podem voltar a matar.”
O relatório da OMS traz informações baseadas nos dados de 114 países. O documento destaca que atualmente há resistência a vários agentes infecciosos, incluindo as bactérias responsáveis por doenças graves como diarreia, pneumonia, infecção urinária e gonorreia. No entanto, de acordo com o órgão, as ferramentas essenciais para lutar contra a resistência aos antibióticos, como sistemas usados para o acompanhamento e vigilância do fenômeno, são insuficientes ou inexistentes em vários países.
O relatório foi divulgado em conjunto com o lançamento de uma campanha mundial da OMS para combater a resistência a antibióticos. A organização recomenda aos países, em particular, a adoção de sistemas para monitorar o problema, para prevenir infecções e para desenvolver novos antibióticos. Além disso, as pessoas podem ajudar a reduzir o problema usando antibiótico apenas com receita médica, seguindo o tratamento até o final – mesmo já se sentindo melhor — e não compartilhando tais medicamentos com outros indivíduos.
Veja.com
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