A decisão do diretório estadual do Democratas (DEM) em não apoiar a reeleição de Rosalba Ciarlini só terá um desfecho no próximo domingo (15), quando acontece a convenção do partido para as eleições de 2014. O fato do partido não colocar sua única governadora eleita como candidata a reeleição desperta dentro do DEM o sentimento de que a legenda estaria se diminuindo.
A governadora Rosalba Ciarlini declarou isso a revista Época, em entrevista publicada no último fim de semana, quando chegou a afirmar que “o DEM tende a sumir”. Ela expôs que as condições do partido para lhe dar apoio era conseguir mais aliados, melhorar a avaliação do governo e ter segurança jurídica.
“Ele [José Agripino] apontou com clareza as minhas dificuldades. Disse que eu precisava dessas alianças. Também se mostrou preocupado com uma questão jurídica no Tribunal Superior Eleitoral que pede minha inelegibilidade. Mas estou tranquila quanto a isso. No meu caso só cabe uma multa, não a inelegibilidade”, declarou.
O senador e presidente nacional do DEM, José Agripino ao que parece integra a ala que prioriza a eleição de representantes na proporcional, por isso, não pretende lançar um candidato próprio ao Governo do Estado.
No entanto, Rosalba ainda conta com apoio de outros correligionários importantes, como o deputado estadual Getúlio Rêgo e o ex-deputado Federal, Ney Lopes. Este último vem sendo um dos maiores defensores da candidatura de Rosalba.
“O DEM está negando um princípio democrático dentro do partido que se chama Democratas e não se ajusta a conduta. Concordo que o partido está se diminuindo com essa decisão. Cabe muito a Rosalba decidir se coloca ou não seu nome na convenção. Vejo que foi uma emboscada que armaram contra ela”, disse Ney Lopes.
Vamos analisar o quadro: O DEM preparou uma 'emboscada' para Rosalba. Reescrevendo a sentença com a dureza que representa: O DEM é Agripino, logo, Agripino emboscou Rosalba (?)
As prováveis consequências da aliança com o PMDB:
Na percepção de dois expoentes do Democratas (Rosalba e Ney) a ação de Agripino resultará no sumiço do partido;
Na percepção de Agripino e ampla maioria do Diretório a ação é a única saída para viabilizar a (re)eleição de seus candidatos da chapa proporcional (deputados estaduais e federal).
Qual o objetivo da 'emboscada' (Ney) ou aliança?
Parece pouco provável que a cizânia estabelecida entre os dirigentes partidários seja 'apenas' por questões eleitorais.
Aliás, alguns quadros do partido comentam (nos bastidores) que existiria uma motivação não propriamente eleitoral. E a motivação adicional, por hora desconhecida do grande público, mas amplamente difundida nas hostes Democratas ligadas a Rosalba tem potencial para causar estragos na imagem de alguns políticos (caso seja crível e revelada ao público).
Já podemos adiantar: o DEM sairá menor do que é hoje e olha que já não é grande coisa nem aqui, nem alhures...
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