quarta-feira, 17 de junho de 2015

RN: A SAÚDE pública na UTI e o governo “stand by”

O RN tem 23 Hospitais Regionais e a SESAP é a secretaria responsável pela gestão e custeio. Quase todos reconhecem que faltam recursos para o custeio da Rede. São insuficientes os insumos, equipamentos sucateados, infraestrutura precária, força de trabalho vilipendiada em seus direitos, desmotivada e sobrecarregada no trabalho e na pressão.

Os profissionais são constantemente expostos à execração pública. A corda arrebenta, quase sempre, naqueles que estão na ponta: recebem a pressão e a revolta dos usuários e familiares que não têm o atendimento devido e não encontram respostas da gestão para os diversos problemas existentes.

O governador Robinson tem razão quando diz que não tem condição de resolver os problemas estruturais em apenas seis meses de gestão. As ações desastradas e as omissões ao longo das décadas produziram o que temos: um modelo insustentável e caótico.

Já escrevi sobre a baixa resolutividade de algumas unidades, as distorções no funcionamento da atenção básica e alguns outros gargalos.

Tem mais. Muito mais.

Ao longo do tempo, os diversos governos adotaram uma “política” indiscriminada de cessão de servidores. Fez isso sem o devido controle e até bem pouco tempo não dispunha de informações consistentes sobre a situação dos “cedidos”. Alguma autoridade que deu causa ou que nada fez sobre isso foi instada a dar explicações?

É impossível se alegar desconhecimento sobre tal circunstância e fica patente a omissão, leniência, irresponsabilidade, preguiça... Nada de bom pode ser obtido de fatos dessa natureza.

Referi o descalabro da gestão de pessoal, diga-se, infelizmente, generalizado nos diversos setores da administração pública, mas, tem-se muito mais para se alcançar a dimensão exata do nó existente.

É necessário inovar, ousar e, principalmente, ter coragem de enfrentar os problemas. O limite do aceitável, do tolerável, já foi ultrapassado e o lero-lero oficial serve apenas para esgarçar ainda mais as relações usuário-servidor-gestor.

O governador Robinson não melhorará nada, caso persista na mesmice. A “confissão” do secretário de Planejamento em entrevista concedida a jornalista Ana Ruth Dantas da Tribuna do Norte foi emblemática: o governo espera alguma mudança no cenário econômico para ver o que será possível fazer.

Diante do cenário crítico, considerando as “teses” expostas pelo secretário, o governo entrou na função “stand by” e assumiu postura eminentemente reativa e prospecta “culpados” no “passado”, na “crise”, na “oposição”... Logo se chegará a fase das “conspirações” e “forças ocultas”...


A falação de campanha sobre a existência de um “adequado diagnóstico” e um “projeto” para ser colocado em prática, a cada dia se torna menos crível. Como disse Horácio, infelizmente para nós, por enquanto, “a montanha pariu um rato”. ("parturient montes, nascetur mus")

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