O RN tem 23 Hospitais Regionais e a SESAP é a
secretaria responsável pela gestão e custeio. Quase todos reconhecem que faltam
recursos para o custeio da Rede. São insuficientes os insumos, equipamentos
sucateados, infraestrutura precária, força de trabalho vilipendiada em seus
direitos, desmotivada e sobrecarregada no trabalho e na pressão.
Os profissionais são constantemente expostos à
execração pública. A corda arrebenta, quase sempre, naqueles que estão na ponta:
recebem a pressão e a revolta dos usuários e familiares que não têm o
atendimento devido e não encontram respostas da gestão para os diversos
problemas existentes.
O governador Robinson tem razão quando diz que não tem
condição de resolver os problemas estruturais em apenas seis meses de gestão. As
ações desastradas e as omissões ao longo das décadas produziram o que temos: um
modelo insustentável e caótico.
Já escrevi sobre a baixa resolutividade de algumas
unidades, as distorções no funcionamento da atenção básica e alguns outros gargalos.
Tem mais. Muito mais.
Ao longo do tempo, os diversos governos adotaram uma “política”
indiscriminada de cessão de servidores. Fez isso sem o devido controle e até
bem pouco tempo não dispunha de informações consistentes sobre a situação dos “cedidos”.
Alguma autoridade que deu causa ou que nada fez sobre isso foi instada a dar
explicações?
É impossível se alegar desconhecimento sobre tal
circunstância e fica patente a omissão, leniência, irresponsabilidade,
preguiça... Nada de bom pode ser obtido de fatos dessa natureza.
Referi o descalabro da gestão de pessoal, diga-se,
infelizmente, generalizado nos diversos setores da administração pública, mas, tem-se
muito mais para se alcançar a dimensão exata do nó existente.
É necessário inovar, ousar e, principalmente, ter
coragem de enfrentar os problemas. O limite do aceitável, do tolerável, já foi
ultrapassado e o lero-lero oficial serve apenas para esgarçar ainda mais as
relações usuário-servidor-gestor.
O governador Robinson não melhorará nada, caso
persista na mesmice. A “confissão” do secretário de Planejamento em entrevista
concedida a jornalista Ana Ruth Dantas da Tribuna do Norte foi emblemática: o
governo espera alguma mudança no cenário econômico para ver o que será possível
fazer.
Diante do cenário crítico, considerando as “teses”
expostas pelo secretário, o governo entrou na função “stand by” e assumiu postura
eminentemente reativa e prospecta “culpados” no “passado”, na “crise”, na “oposição”...
Logo se chegará a fase das “conspirações” e “forças ocultas”...
A falação de campanha sobre a existência de um “adequado
diagnóstico” e um “projeto” para ser colocado em prática, a cada dia se torna menos
crível. Como disse Horácio, infelizmente para nós, por enquanto, “a montanha pariu um
rato”. ("parturient montes, nascetur mus")
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