quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Operação Judas: ubarana e a "competência". cada um tem a "referência em eficiência e honestidade" que quer, né?

Três anos após a eclosão da Operação Judas, que descortinou esquema de desvio de dinheiro no setor de precatórios do Tribunal de Justiça, o processo judicial ainda continua. 

Na manhã de hoje (12), o desembargador aposentado Rafael Godeiro foi ouvido pelo juiz da 8ª vara criminal, Ivonaldo Bezerra. Acusado de ser um dos beneficiários do esquema comandado por Carla Ubarana, Godeiro afirma que foi ludibriado, pois Ubarana gozava de sua inteira confiança.

"A Carla era referência em eficiência e honestidade e extrema confiança por parte de todos os desembargadores e funcionários", afirmou Godeiro. Apesar de negar ter qualquer relacionamento próximo ou sequer conhecer a servidora, o desembargador manteve Ubarana no cargo de chefe do setor de precatórios, uma função comissionada. A servidora havia sido nomeada na gestão anterior, do desembargador Osvaldo Cruz, também acusado de integrar o esquema.

De acordo com Godeiro, a sua equipe de transição indicou que a servidora deveria continuar por sua "competência". "Com Carla, o setor de precatórios fluía muito em", acrescentou.

Segundo os autos do processo, o desembargador teria mantido o sistema de desvio de dinheiro dos precatórios ao ordenar o pagamento a laranjas por meio de ofícios. Com o esquema, Godeiro teria desviado R$ 5,4 milhões durante os dois anos de gestão. Ele negou as acusações. A defesa apresentou dados de movimentação oriundos de documentos contábeis, que foram apensados ao processo. O Ministério Público solicitou prazo de 48 horas para análise da documentação, o que foi negado pelo juiz.

Diferentemente do colega Osvaldo Cruz, Rafael Godeiro não desqualificou a servidora, nem se exaltou. Manteve-se calmo durante o depoimento, e optou por ressaltar que durante a gestão da desembargadora Judith Nunes também foi registrado desvio, embora a magistrada não tenha sido punida. "Como Judith já afirmou, os três desembargadores foram ludibriados", acrescentou o advogado de defesa Caio Graco.

Rafael atribui as acusações de Ubarana ao fato de ter exonerado três irmãos da servidora que atuavam no TJRN na sua gestão. "Ela se dizia minha inimiga pessoal. Você acha que assim havia clima para conluio?", questionou durante o julgamento.


TRIBUNA DO NORTE

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