Novas medidas para controlar a distribuição de água e geração de energia nos Municípios abastecidos pela barragem da Usina Hidrelétrica de Sobradinho, na Bahia, podem ser adotadas em breve. Autoridades do setor de abastecimento de água e ambiental decidiram que, a partir desta quinta-feira, 7 de janeiro, terá início uma fase de testes para avaliar a possibilidade de reduzir a vazão da represa.
O reservatório de Sobradinho é uma das barragens abastecidas pelo Rio São Francisco. Ele é considerado o terceiro maior lago artificial do mundo e abastece vários Municípios da Região Nordeste. Atualmente, a barragem está com apenas 2,11% de seu volume útil. E a vazão de água em 970 metros cúbicos por segundo. Com a medida, a intenção é reduzir para 800 (m³/seg).
A medida, tomada em razão da crise hídrica, complica ainda mais a já difícil situação econômica que vivem as cidades da região. O prefeito do Município baiano de Remanso, Celso Silva, informou que a redução vai influenciar a economia local e agravar o abastecimento de água e energia. “A situação está feia, está preta. A pressão da água diminuiu muito e não chega à periferia da cidade. Lá nós estamos abastecendo com carro-pipa. O gado está morrendo”, desabafou.
O gestor lembrou que já pediu ajuda várias vezes aos governos federal e estadual. Segundo ele, nenhuma iniciativa foi tomada para amenizar a falta de água no Município. “Nós estamos a Deus dará. A situação é complicadíssima. Parece que a região da gente não existe. Pedimos ajuda para o combate à seca, mas até agora nada. A gente não tem condição de resolver isso sozinho”, explicou.
A decisão de redução foi tomada durante reunião do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. Ele é formado pelo Operador Nacional do Sistema de Energia Elétrica (ONS), Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), Ibama e Ministério Público. Também fazem parte do Comitê empresas e companhias de setores como os de abastecimento urbano, industrial, mineração, agropecuário, hidroviário, de irrigação, pesca, turismo e lazer; de organizações não governamentais, de ensino e de pesquisa; além de comunidades indígenas, quilombolas e de outras entidades dos poderes municipal.
Agência CNM, com informações da EBC
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