O ex-diretor do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema) do RN, Clebson José Bezerril, suspeito de ser um dos líderes do suposto esquema ilegal que teria desviado mais de R$ 19 milhões do órgão entre 2013 e 2014, conseguiu nesta quinta-feira (18) o acordo de delação premiada com o Ministério Público Estadual, que desbaratou o esquema. O depoimento de Clebson está marcado para a manhã desta sexta-feira (19), às 8h30, na 6ª Vara Criminal de Natal.
Nova delação
A defesa do advogado Gutson Johnson Giovany Reinaldo Bezerra, também suspeito de ser um dos líderes do suposto desvio de recursos públicos, declarou nesta quarta-feira (17) que quer negociar uma delação premiada com o Ministério Público Estadual, que desbaratou o esquema.
Segundo o representante legal de Gutson, o advogado Fábio Hollanda, seu cliente “sabe muito e está disposto a falar”. Só depende do MP. Se o MP quiser apurar o que realmente acontece, ele [Gutson] está disposto a colaborar. Se houver acordo, ele passa tudo o que sabe”, afirmou Hollanda, que nesta manhã acompanhou a primeira audiência de instrução liderada pelo juiz da 6ª Vara Criminal de Natal, Guilherme Newton Monte Pinto.
Esquema
O esquema foi descoberto pelo MP potiguar, que após oito meses de investigação, lançou a Operação Candeeiro, em 2 de setembro do ano passado. De acordo com as investigações, o grupo era formado por pessoas ligadas à Unidade Instrumental de Finanças e Contabilidade do Idema.
Os pagamentos seriam feitos, segundo os promotores que participaram da investigação, para empresas que não possuíam vínculo com o Idema. O esquema é marcado pela não inclusão de registros oficiais no Sistema Integrado de Administração Financeira do RN (Siaf), a não comunicação das contratações das empresas no Tribunal de Contas do Estado e a não disponibilização das informações no Portal da Transparência. Ao menos sete empresas participariam da organização fraudações.
Na última quarta-feira (18), a 6ª Vara Criminal de Natal começou as audiências de instrução do processo da Operação Candeeiro, no qual são ouvidas as testemunhas de defesa e acusação, além dos réus. As audiências ocorreram no plenarinho do Fórum Miguel Seabra Fagundes. Foi durante a audiência que a defesa do réu fez a proposta.
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A delação premiada do suposto chefe do esquema só faz sentindo se fornecer informações e provas suficientes para ampliar o leque de investigados. Também é necessário que haja o ressarcimento do erário público.
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