quarta-feira, 23 de março de 2016

Os ciclos econômicos em Marx

APRESENTAÇÃO AO LIVRO “O CAPITAL” DE KARL MARX (Volume I)
AUTOR: JACOB GORENDER

Os ciclos econômicos (p. LIX a p. LXIII)

Schumpeter afirmou que Marx foi pioneiro na apresentação de uma teoria consistente dos ciclos econômicos.

É verdade que as referências a uma teoria do ciclo estão dispersas n'O Capital e outras obras do autor.

Marx demonstrou a natureza cíclica da reprodução (reprodução do capital social total – Livro Segundo), cuja causa fundamental é o impulso inelutável (irrestrito) do capital à sua valorização que o leva a chocar-se periodicamente com suas barreiras.

Quatro aspectos primordiais do movimento cíclico
1 – as barreiras que o próprio capital ergue a sua expansão:
a)  Desproporcionalidade dos vários ramos da produção, em especial, entre os Departamentos I e II;
b)  A exploração dos trabalhadores que rebaixa o nível de consumo das massas.
2 – autonomia da esfera bancária em relação a esfera produtiva e sua capacidade de ampliar o crédito (criação de moeda escritural) para além da produção e exacerbar as tendências especulativas;
3 – periodicidade da renovação do capital fixo (base técnica) pelo desgaste e/ou obsolescência tecnológica, em que cada renovação (no final do século XIX) suscitava o início de um novo ciclo;
4 – a existência das crises. A insuficiência da demanda ocorre pela desproporcionalidade estabelecida e a superprodução é a consequência visível.

Cada crise apresenta suas peculiaridades e cumpre a função de recuperar momentaneamente o equilíbrio do sistema capitalista. Assim a desvalorização geral do capital, a recomposição do exercito industrial de reserva e a renovação do capital fixo permitem a elevação da taxa de lucro e mais uma vez dá origem as fases de reanimação e auge do ciclo.

Revisionismo de Bernstein
As crises se tornariam cada vez mais fracas e o capitalismo teria condições de evita-las. Acreditava que o socialismo poderia ser atingido por reformas no capitalismo.

Neoclássicos
Não admitiam crises generalizadas, mas apenas desequilíbrios pontuais e passageiros, em que as forças do mercado levariam ao equilíbrio.

Grande Depressão 1929-33

Abalou o edifício neoclássico e deu impulso a teoria keynesiana em que a intervenção do estado era o caminho para atenuação das crises. O arsenal keynesiano perdeu folego na década de 1980 (apontado como inflacionário e estatizante) e se deu a retomada das teses liberais ou neoliberais, especialmente o monetarismo de Friedman.

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