APRESENTAÇÃO AO LIVRO “O
CAPITAL” DE KARL MARX (Volume I)
AUTOR: JACOB GORENDER
Os
ciclos econômicos (p. LIX a p. LXIII)
Schumpeter afirmou que Marx
foi pioneiro na apresentação de uma teoria consistente dos ciclos econômicos.
É verdade que as referências
a uma teoria do ciclo estão dispersas n'O Capital e outras obras do autor.
Marx demonstrou a natureza
cíclica da reprodução (reprodução do capital social total – Livro Segundo),
cuja causa fundamental é o impulso inelutável (irrestrito) do capital à sua
valorização que o leva a chocar-se periodicamente com suas barreiras.
Quatro aspectos primordiais
do movimento cíclico
1 – as barreiras que o
próprio capital ergue a sua expansão:
a) Desproporcionalidade
dos vários ramos da produção, em especial, entre os Departamentos I e II;
b) A
exploração dos trabalhadores que rebaixa o nível de consumo das massas.
2 – autonomia da esfera
bancária em relação a esfera produtiva e sua capacidade de ampliar o crédito
(criação de moeda escritural) para além da produção e exacerbar as tendências
especulativas;
3 – periodicidade da
renovação do capital fixo (base técnica) pelo desgaste e/ou obsolescência
tecnológica, em que cada renovação (no final do século XIX) suscitava o início
de um novo ciclo;
4 – a existência das crises.
A insuficiência da demanda ocorre pela desproporcionalidade estabelecida e a
superprodução é a consequência visível.
Cada crise apresenta suas
peculiaridades e cumpre a função de recuperar momentaneamente o equilíbrio do
sistema capitalista. Assim a desvalorização geral do capital, a recomposição do
exercito industrial de reserva e a renovação do capital fixo permitem a
elevação da taxa de lucro e mais uma vez dá origem as fases de reanimação e
auge do ciclo.
Revisionismo de Bernstein
As crises se tornariam cada
vez mais fracas e o capitalismo teria condições de evita-las. Acreditava que o
socialismo poderia ser atingido por reformas no capitalismo.
Neoclássicos
Não admitiam crises
generalizadas, mas apenas desequilíbrios pontuais e passageiros, em que as
forças do mercado levariam ao equilíbrio.
Grande Depressão 1929-33
Abalou o edifício neoclássico e deu impulso a teoria
keynesiana em que a intervenção do estado era o caminho para atenuação das
crises. O arsenal keynesiano perdeu folego na década de 1980 (apontado como inflacionário
e estatizante) e se deu a retomada das teses liberais ou neoliberais,
especialmente o monetarismo de Friedman.
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