O Núcleo do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Portalegre
continua aguardando um posicionamento oficial do gestor portalegrense sobre o
reajuste salarial.
A categoria já acumula perdas superiores a 30% referentes à gestão do
ex-prefeito Euclides Pereira. A situação piorou muito após a relutância do
prefeito Neto da EMATER em conceder o reajuste de 11,36% estabelecido pelo MEC
para 2016.
A perda total dos professores é de 41,56%, conforme o Núcleo do SINTE, além
da falta de promoção horizontal, progressão vertical, falta de incorporação dos
títulos, etc.
Observa-se que as perdas representam, para muitos professores,
defasagens superiores a 50% dos vencimentos. Os professores portalegrenses estão
sentindo na pele e nos bolsos a desvalorização de seus esforços.
Capacitam-se, mas não recebem. Têm Plano de Cargos, mas não é
respeitado. O MEC concede os reajustes do Piso Salarial e... Nada.
Mesmo diante de tamanha desvalorização, alguns professores ainda
preferem a resignação e aceitam as perdas em virtude de conveniências partidárias.
Alinham-se aos interesses da administração, pois entendem que a “bandeira
partidária” é mais importante do que a defesa dos direitos adquiridos. Existem também
os que compensam parte das perdas com as funções gratificadas, cargos de chefia
e administrativos. Faz parte.
Bem...
Os professores que recebem apenas os vencimentos pelo trabalho em sala
de aula estão perdendo duplamente: não recebem o que têm direito e a inflação corrói
o poder de compra. Os professores percebem a diminuição do bem estar de suas
famílias, sentem-se desvalorizados, enfim, sofrem psicologicamente.
Tenho acompanhado a saga dos professores portalegrenses e é nítido que
não desejam confrontar a administração. São pacientes e buscam a garantia dos
direitos através de exaustiva negociação com a prefeitura.
A categoria já tinha deliberado sobre o indicativo de greve e o Núcleo
do SINTE já tinha feito a comunicação oficial com a pauta de reivindicação e
o prazo para deflagração da greve em 17/03 (ontem), mas, numa evidente
demonstração de bom senso, ampliou o prazo para o posicionamento da gestão.
O prefeito solicitou que a categoria aguardasse até segunda feira (23)
para, supostamente, realizar uma consulta a FEMURN sobre a concessão do
reajuste.
O ‘posicionamento’ da FEMURN não alterará absolutamente nada. A
decisão é do PREFEITO. Ademais, a repetição da ladainha da LRF não se
sustenta em vista do que fez o governador Robinson Faria.
O governo estadual reafirma todos os dias que se encontra acima do
limite legal, mas encaminhou o Projeto de reajuste para os professores à
Assembleia Legislativa e os deputados aprovaram. A Lei já foi publicada.
Espero que o prefeito reveja a posição e conceda o reajuste (11,36%) e
estabeleça um canal de negociação sobre os demais pontos da pauta reivindicatória.
É legal!
É justo!
Ademais, as crianças e jovens, bem como, as famílias dos alunos sentiram
as perdas e percalços provenientes da última greve e vão cobrar a
responsabilidade da administração.
Não vai adiantar trololó por que a argumentação dos professores é
imbatível: basta dizer que não aguentam trabalhar perdendo a metade do salário
que tem direito!
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