A bordo
do HDMS Thetis - De pé ao lado da geleira Jakobshavn, na Groenlândia, o famoso
bloco de gelo que afundou o navio Titanic há mais de um século, o secretário de
Estado dos EUA, John Kerry, viu
evidências de outra catástrofe.
Icebergs
gigantes que se separaram da geleira pareciam gemer ao passarem por trás dele,
e podem ocasionar uma eventual alta dos níveis oceânicos a qual cientistas
alertam para o risco de submergir ilhas e regiões costeiras.
Informado
por pesquisadores a bordo de um navio de patrulha da Marinha dinamarquesa,
Kerry pareceu impressionado pela velocidade com a qual os mantos de gelo estão
derretendo. Ele ficou pasmo pelo alertas mais sombrios que ouviu sobre o mesmo
processo na Antártica.
“Essa
viagem tem sido um significante alerta para mim, e considere que passei 25 anos
engajado neste tema”, disse Kerry no convés do HDMS Thetis junto ao ministro de
Relações Exteriores da Dinamarca, Kristian Jensen, durante uma viagem de dois
dias encerrada na sexta-feira.
Kerry fez
sua primeira visita para esta parte do Ártico a fim de testemunhar os efeitos
das mudanças
climáticas e pressionar pela necessidade de implementar o
acordo traçado em Paris. Ele classificou as mudanças climáticas como “a arma de
destruição em massa mais temível do mundo.”
Os
Estados Unidos presidem o Conselho do Ártico, um fórum criado em 1996 para
lidar com questões acerca da atividade na região.
O acordo
de Paris inclui compromissos da maioria dos países para reduzir as emissões de
carbono que contribuem para mudanças climáticas, mas não previu nenhum
mecanismo de aplicação obrigatória, deixando em aberto a dúvida sobre quem
pagará os custos que podem chegar a trilhões de dólares.
“O que
fizemos em Paris… é crítico que seja implementado agora, mas não é suficiente”,
disse Kerry.
“Temos
que nos mover mais rapidamente para abraçarmos novas políticas energéticas que
sejam sustentáveis, que sejam limpas, todas as quais estão disponíveis para
utilização caso governos e o setor privado façam as escolhas certas.”
Ao
visitar a Groenlândia e o território norueguês de Svalbard, no extremo norte
global, Kerry focou-se em alguns dos mais visíveis impactos das mudanças
climáticas.
“Não há
dúvida que estejamos contribuindo para mudanças climáticas, nós humanos temos
escolhas que podemos tomar que podem desfazer o dano”, disse Kerry.
EXAME
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