Ao se pronunciar sobre a divulgação dos vídeos em áudios em que a ex-chefe do setor de precatórios do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, Carla Ubarana, combina com seu marido, George Leal, a delação premiada para acusar os desembargadores aposentados Osvaldo Cruz e Rafael Godeiro, o Ministério Público considerou natural o conteúdo.
Em entrevista à TV Ponta Negra, o promotor Flávio Pontes argumentou que Carla teria que “conversar” com o marido porque ele não tinha conhecimento total de como funcionava o esquema.
“Carla, naquele momento, discutiu com seu esposo se iria ou não falar sobre a participação deles. Tudo foi checado pelo Ministério Público. Essa questão de combinar respostas, até no trecho divulgado pela imprensa, em todo o curso do processo, fica bem claro de que quem tinha conhecimento de todo o esquema era Carla Ubarana. O esposo ajudava em arrumar pessoas para depositar o dinheiro, em gerenciar o dinheiro…”, disse o promotor.
Apesar da polêmica declaração de Ubarana de que “ depois que sair o nome de Rafael Godeiro e Osvaldo Cruz ninguém vai mais querer saber da gente”, o Ministério Público defende que os áudios e vídeos reforçam a participação dos desembargadores aposentados no esquema fraudulento.
“O que está na gravação comprova o que está nos autos, de que houve a participação dos desembargadores no esquema dos precatórios”, afirma o promotor Flávio Pontes.
Confira todos os detalhes na reportagem produzida pela TV Ponta Negra: AQUI
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O desembargador aposentado Oswaldo Cruz afirmou, nesta quarta-feira (22), em entrevista ao portalnoar.com, que “vai lutar até a última hora para fazer justiça” no caso do precatórios. Nessa terça-feira, reportagem do portalnoar.com revelou que a delação do casal Carla Ubarana e George Leal pode ter sido montada para incriminar a ele e ao seu colega, Rafael Godeiro.
“Eu desafio qualquer um. Desafio o Ministério Público a mostrar uma prova, um depósito judicial que mostre ou indique que eu me beneficiei do dinheiro que Carla Ubarana roubou. Não existe. Não existe, porque eu não participei”, disse ele, pondo o dedo em riste, para continuar ao repórter: “Ai do homem que não vai em busca da verdade. Por isso, vou lutar até o fim por justiça”.
Até o momento, os promotores que atuaram na acusação do caso informam que a peça da promotoria se baseia não só na palavra de Carla, mas na quebra de sigilos fiscais e bancários de Oswaldo e Rafael. Oswaldo alega que toda sua movimentação de dez anos, declarada em imposto de renda, foi entregue à Justiça, onde ele prova que tem rendimentos como agropecuarista.
“A bem da verdade é que o Ministério Público nunca, nunca aceitou minha atuação como juiz, porque nunca decidi orientado pelas acusações dele. O MP, para mim, é só uma parte do processo. É uma instituição muito importante. Eu tive episódios em que eles procuraram me perseguir e nunca obtiveram êxito. Nunca fui um homem de acatar tudo o que eles queriam”, revelou o ex-magistrado.
Na opinião de Oswaldo, o Ministério Público nunca teve a intenção de pegar apenas a funcionária. “Eles queriam holofote. Queriam o envolvimento de qualquer desembargador”, acusa Cruz.
“Eu fiquei muito tempo em casa recluso, com medo de sair na rua e ser agredido. Depois que tomei conhecimento desse conteúdo, dessa montagem de delação, me veio a esperança, porque eu sei que não participei disso. Eu preciso contar que a versão do Ministério Público não é a verdade. Não é verdadeira a versão dos fatos que colocou a opinião pública contra mim”, rebateu Oswaldo Cruz.
Indagado se não parece demais afirmar que Carla conseguiu enganar tanta gente só com as palavras, ele reagiu: “Ela mesma disse ao Fantástico que não precisava de autorização de desembargador para movimentar dinheiro dos precatórios. Ela consegue mentir e cristalizar essa mentira na cabeça dos outros”.
A assessoria do Ministério Público informou que ainda nesta quarta-feira deverá emitir nota a respeito dos novos contornos que o caso tomou.
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Aguarde-se a nota do MPRN.
Creio que uma providência interessante seria pedir a derrubada do sigilo da ação (caso esteja em sigilo), tendo em vista que o desembargador desafiou o MP a provar sua participação, bem como, considera que foi submetido a execração pública indevida.
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