O G1-RN destaca que o presidente do TJRN, desembargador Cláudio Santos, visitará o Hospital Maria Alice, em companhia de juízes, para exigir a reabertura de leitos de UTI pediátrica.
Na manhã desta quinta-feira (28), às 10h30, o desembargador prometeu visitar o hospital acompanhado de juízes. Ele disse também que está disposto a tomar as medidas cabíveis para que a unidade volte a funcionar. "É inadmissível se fechar a UTI do Maria Alice. As consequências sociais serão incalculáveis. Não é movimento contra ninguém, mas a favor da vida de nossas crianças. Estou tomando atitude como magistrado pois o Poder Judiciário tem o dever de demonstrar espírito público numa causa tão urgente", declarou o desembargador.
A causa é nobre. O fechamento da UTI é inadmissível e grave como afirmou o desembargador. O mérito não é discutível, mas visitar o Hospital para exigir providências administrativas é, para dizer pouco, inusitado.
Diria que o mais adequado para as instituições e poderes é que cada um permaneça em seu quadrado.
A atitude do desembargador, a meu juízo, minimiza e até expõe negativamente perante a sociedade, o Ministério Público potiguar.
A missão institucional do MPRN é "Promover a justiça, servindo a sociedade na defesa de seus direitos fundamentais, fiscalizando o cumprimento da Constituição e das Leis e defendendo a manutenção da democracia."
A manifestação do magistrado quando afirma que toma a atitude em virtude da gravidade da situação pode ser interpretada como a ação de indignação diante da apatia de quem, de fato, deveria assumir o papel protagonista de defensor dos 'direitos fundamentais da sociedade'.
Fosse a fala e a ação do Procurador Geral de Justiça em companhia de outros promotores estaria em conformidade com o papel institucional do MPRN.
Adiante.
A coisa assume ares surreais quando cotejamos a fala e a atitude do presidente do TJRN com o que se espera dos representantes do Poder Executivo estadual.
Restou evidenciado a incapacidade da cúpula governamental de 'tomar as medidas cabíveis' para evitar o fechamento da UTI pediátrica.
Ora se o desembargador que não é responsável pela gestão tem condições de tomar medidas para reabrir o serviço o que dizer da SESAP-RN?
Em tal perspectiva é necessário afirmar que a atitude do desembargador, por mais que se diga o contrário, assume uma conotação política.
Diria que a atitude de Cláudio Santos se constitui na mais firme demonstração que o governo potiguar é fraco, incompetente, incapaz de reagir (ou agir) diante do quadro adverso em que se encontra.
A leitura é a seguinte:
Enquanto o governo choraminga, faz reuniões para marcar outras, tira fotos com 'lideranças' e políticos, viaja para a Colômbia, participa de novenas, festinhas pelo interior, enfim, enche linguiça com atividades acessórias, tem-se fechamento de UTI, colapso do sistema de segurança, derretimento dos serviços públicos fundamentais.
Daí a necessidade do presidente do TJRN se envolver pessoalmente nos assuntos administrativos do Poder Executivo para afirmar que 'tomará as medidas cabíveis' que o atual governo não toma.
Na política não existe vácuo e os movimentos inusitados do presidente do TJRN podem ser interpretados como sinalizadores de que, no futuro, dependendo do 'clamor popular', da convocação de setores políticos, etc. o desembargador topará atravessar a rua para ser candidato ao governo, senado...
Pode-se dizer que não, mas nenhum adversário político chegou nem perto de produzir o estrago que Cláudio conseguiu com algumas poucas ações e declarações. Neste episódio da UTI foi quase como carimbar a testa do governador com o carimbo de INCOMPETENTE. E o governo ainda não se deu conta que o mais profícuo colaborador para o derretimento é o próprio governo.
Hoje (28-07-2016), o governo colaborou mais um pouco com o caos e o Hospital Maria Alice fechou também o pronto socorro por falta de médicos (AQUI).
Na política não existe vácuo e Cláudio sabe disso. Vide a força de outro expoente do Judiciário:
Ademais, a fragilidade do atual governo potiguar é tamanha que só falta alguém gritar: cadê o governo que tava aqui?
Na política não existe vácuo e Cláudio sabe disso. Vide a força de outro expoente do Judiciário:
Ademais, a fragilidade do atual governo potiguar é tamanha que só falta alguém gritar: cadê o governo que tava aqui?
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