O semiárido brasileiro concentra aproximadamente
20,8 milhões de pessoas que, historicamente,
convivem com políticas públicas alicerçadas
no discurso de que os problemas socioeconômicos
regionais decorrem da combinação de
processos naturais, com destaque para o fenômeno da seca.
Cabe destacar o papel da política de irrigação, impulsionada no final da década de 1960,
como vetor de reestruturação do espaço agrário
nordestino, por intermédio da implantação dos
perímetros públicos de irrigação.
A irrigação pública implantada pelo Governo
Federal em todo o Nordeste tinha, principalmente,
os seguintes objetivos: introduzir um novo
modelo de produção agrário/agrícola nessa região,
via modernização da agricultura e incentivo
a culturas agrícolas de maior rentabilidade,
com destaque para a fruticultura irrigada; e minimizar
os conflitos agrários e desviar o debate
da reforma agrária para os projetos de colonização, por meio da seleção de irrigantes para ocupar
os lotes dos perímetros públicos.
Com base nos dados disponibilizados pelo
Departamento Nacional de Obras contra as Secas
(DNOCS), entre 1968 e 1992, foram construídos pelo Governo Federal 35 perímetros públicos
irrigados na região semiárida nordestina,
com destaque para o Ceará, onde foram instalados
40% de todos os perímetros.
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