O presidente do TJRN tem sugestões para quase tudo que envolve o Poder Executivo. Na verdade já se 'especulou' em blogs especializados em bajular 'celebridades políticas e adjacentes' que estaria confabulando nos bastidores políticos do RN para 'construir' uma chapa para disputar a eleição de 2018.
Cada vez que leio tais coisas fico mais convencido que os 'bastidores políticos' deste torrão fervem mais que o caldeirão do capeta.
Mas o assunto de hoje é a 'velha' solução mágica e simplista para o 'ajuste fiscal' que o governo potiguar tem que fazer: a venda de patrimônio público. Garibaldi Alves fez isso com a COSERN e 'costurou' a reeleição com os recursos.
A partir de então sempre que o governo de plantão enfrenta uma dificuldade se fala na venda de um ou outro ativo, quase sempre envolvem a CAERN na lista.
Ultimamente, tem-se tornado comum falar da UERN. Creio que Sandra Rosado quando era deputada federal queria a federalização da Universidade, depois um ex-vereador de Natal sugeriu acabar com a Instituição e agora o presidente do Tribunal de Justiça 'lançou' a ideia de privatização.
É lamentável que a ideia mais estapafúrdia para o enfrentamento da 'crise' seja reverberada por figura tão proeminente. Ninguém chega ao posto que Cláudio chegou sem capacidade de análise, sem discernimento ou 'falando pelos cotovelos'.
Abaixo transcrevo texto de Carlos Santos e comento em azul.
Em entrevista na InterTV Cabugi agora à tarde, no programa RNTV 1ª Edição, o presidente do Tribunal de Justiça do RN (TJRN), Cláudio Santos, prometeu diligenciar empréstimo de R$ 100 milhões desse poder ao Executivo. “Vamos ajudar o Governo do Estado”.
Não sei como o TJRN se tornará um 'emprestador' de dinheiro. Creio que a devolução de parte do saldo acumulado pelo Tribunal, sem empréstimo, seria o caminho, mas vivemos tempos difíceis e não duvido de mais nada neste torrão...
Cláudio critica Governo Robinson e quer vigilância em recursos que podem ser emprestados (Foto: Tribuna do Norte)
Avisou que trabalhará o apoio a essa sua pretensão no âmbito do TJRN, acreditando na sensibilidade dos demais desembargadores. Mas ponderou:
- Não do jeito que eles querem! (em referência ao Governo Robinson Faria-PSD).
Demonstração desnecessária de poder e até deselegante com o Chefe do Poder Executivo. Mais ou menos assim: 'Será do jeito que EU quero porque EU sei como fazer' e 'ELES' (governo) não saberiam...
Segundo o desembargador Cláudio Santos, a prioridade é garantir recursos para o Hospital Walfredo Gurgel (HWG), Hospital Maria Alice, com compra de insumos, reabertura Hospital da Mulher Parteira Maria Correia e diárias operacionais para a Polícia.
Tais exigências se aproximam de uma quase intervenção de um presidente de um Poder em relação a discricionariedade que é conferida ao Chefe do Poder Executivo pela Constituição. No mínimo, o presidente exige tutelar o governador...Não é a destinação que parece meritória, mas a necessidade de exigir tais coisas que humilha o governador.
A semana passada, Cláudio Santos participou de reunião com o Governo, Assembleia Legislativa e outros órgãos e poderes independentes, buscando solução para atenuar crise financeira do Estado. Cobrou mais clareza de números e prioridades do Governo Robinson Faria.
Privatização da Uern
Disse que vai procurar o presidente da Assembleia Legislativa do Estado, deputado Ezequiel Ferreira (PSDB), para “acompanhar a aplicação desse dinheiro”. E emendou: “Se não o governo não vai fazer sua parte, o que não fez até agora”.
Mais um pouco e Robinson terá que andar com um letreiro luminoso na testa piscando as palavras: INCAPAZ! INCOMPETENTE!
Não sei como "anda" o 'otimismo' de Robinson, mas é realmente triste que se tenha chegado a tal ponto. As palavras de Cláudio são duríssimas. Para você ter ideia do peso seria como se Robinson declarasse que o presidente do TJRN 'fala muito, custa caro e produz pouco', algo inimaginável. Realmente, tempos difíceis...
Ele também defendeu uma ideia polêmica. Sugeriu que o Governo do Estado se livre da Universidade do Estado do RN (UERN). “Por que não privatiza a Universidade Estadual e economia 20 milhões por mês?” – indagou.
O jornalista denominou a "ideia" de polêmica. Peço todas as vênias, mas a "ideia" é estúpida mesmo. Diria que foi uma diarreia mental. A 'economia' anual, seguindo o montante anunciado pelo desembargador, seria de R$ 240 milhões (algo próximo a 2% do Orçamento do Estado).
É verdade que a economia mensal seria suficiente para erguer um presídio por mês e talvez seja essa a premissa: menos educação pública e mais presídios.
Em seguida, ele completou seu argumento-resposta: “Estado não tem obrigação de ter universidade, tem obrigação de ter ensino médio.”
A diarreia mental se escorra na interpretação estreita do papel que cabe ao governo estadual na estruturação da rede de ensino médio, mas negligencia o papel que a Instituição desempenha na promoção do desenvolvimento, na interiorização e oferta de oportunidades para os filhos dos mais pobres poderem completar um curso superior...
Realmente, tempos difíceis...
O desembargador disse que a Uern custa em torno de R$ 20 milhões/mês para o Estado e pode ser feita uma acomodação, para que o Estado garanta financiamento para estudantes carentes (bolsas), reduzindo esse seu custo final com o ensino superior e mantendo política social da instituição.
Economia no TJRN
“Os recursos que o Tribunal dispõe hoje é porque, eles foram economizados”, acrescentou.
“Reduzimos a despesa mensal com pessoal no TJRN, de 2014 para 2015, de R$ 55 milhões para R$ 42 milhões”, reforçou Cláudio Santos. Em comparação, segundo o presidente do TJ, o Executivo aumentou suas despesas neste segmento em 25%.
BLOG DO CARLOS SANTOSA UERN tem cerca de 10 mil alunos, seguramente, com ampla participação de "estudantes carentes". O programa de bolsas custaria quanto desembargador?
O desembargador talvez não queira discutir o regresso dos R$ 500 milhões que o TJRN acumulou no caixa e apontou a artilharia para a UERN. Quer mudar o foco e com isso expõe a visão que tem do RN e o que "faria" de diferente acaso viabilizasse sua pretensão de governar este torrão.
A UERN foi criada pela vontade soberana do povo potiguar através de seus representantes legítimos. A UERN cresceu por decisão dos governadores eleitos pelo povo potiguar e que entenderam a relevância e centralidade do papel desempenhado pela Instituição na desconcentração dos cursos superiores e no processo de desenvolvimento. E somente no dia em que um candidato a governador percorrer o estado defendendo a proposta de privatizar ou acabar com a UERN se eleger aí sim teremos alguém com autoridade para levar adiante tal "ideia".
A diarreia é daquelas doenças que todo mundo vai ter pelo menos uma vez... E da mesma forma que a doença tradicional, a diarreia mental também passa...
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