Na maioria das cidades brasileiras, observa-se uma tendência de produção e reprodução do
espaço urbano repletos de diferenças étnicas, sociais e econômicas, formando unidades de
vizinhança que agrupam domicílios com características particulares, conforme a organização
social do território de cada cidade.
A intensidade desse processo de diferenciação intra-urbana é
distinta entre as metrópoles brasileiras, disseminando-se entre as cidades médias em menor
escala; a razão disso advém de suas trajetórias produtivas, políticas e da singularidade da
produção espacial de cada cidade.
Em particular, o peso das classes sociais menos favorecidas
na estrutura social urbana tem grande importância na concentração espacial da pobreza e em
certa medida, na segregação residencial dos moradores em cada bairro da cidade.
O objetivo
dessa pesquisa é justamente demonstrar como essas desigualdades territoriais são
materializadas, seguido de uma base teórica que fundamente toda discussão acerca da
segregação e da produção espacial das cidades. Discute diferentes conceitos de espaço, tempo,
lugar, território e paisagem como categorias básicas para a interpretação do processo de
produção do espaço e da morfologia urbana. Traduz toda essa abordagem teórica numa leitura
de lugar voltado para explicações lógicas de toda a formação e produção do espaço numa escala
local tendo em vistas as transformações globais do processo produtivo.
A metodologia da
pesquisa articula teoria materialista com o levantamento de informações sobre a territorialidade
e mapeamento das desigualdades sociais no espaço urbano. A realidade das médias e grandes
cidades brasileiras, sobretudo as áreas metropolitanas do país, é repleta de desigualdades e pode
ser facilmente confirmada pela analise dos dados referentes ao aumento das favelas por exemplo
em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Recife, aliadas ao rápido aumento das
desigualdades em cidades medias com a acelerada expansão urbana destas cidades.
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